(EBC/Reprodução)
Por meio de uma carta divulgada na segunda-feira (31), o Subcomandante Marcos, representante do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que se tornou conhecido após um levante realizado em janeiro de 1994 no México, anunciou que os zapatistas divulgarão nos próximos dias uma série de iniciativas de caráter “civil e pacífico” para apoiar os povos originários do “país e de todo o continente".
“Nos próximo dias o EZLN divulgará uma série de iniciativas de caráter civil e pacífico, para seguir caminhando junto a outros povos originários do México e de todo o continente, junto a quem, no México e em todo os mundo, resiste e lutam abaixo e à esquerda”, diz a carta assinada por Marcos.
O líder zapatista criticou tanto “a classe mexicana” que “não tem feito senão amedrontar ás custas das necessidades e esperanças das pessoas humildes e sencíveis” e aos principais partidos mexicanos, incluindo os de esquerda, por haver “atacado militar, política, social e ideológicamente” o EZLN. “Nos fizemos presentes para fazê-los saber que se eles nunca se foram, tampouco nós”, diz o Subcomandante. “Marcos”, identificado pelas autoridades como Rafael Sebastián Guillén, pediu ao recém-empossado governo de Enrique Peña Neto, e aos poderes Legislativo e Judiciário, que cumpram com o compromisso de elevar a nível constitucional “os direitos e a cultura indígenas”.
“Não é a nossa uma mensagem de resignação. Não é de guerra, de morte e destruição. Nossa mensagem é de luta e resistência. Nos fizemos presentes para fazê-los saber que se eles nunca se foram, tampouco nós”, diz o comunicado. “Nestes anos temos nos fortalecido e temos melhorado significativamente nossas condições de vida. Nosso nível de vida é superior ao das comunidades indígenas afins aos governos, que recebem as esmolas e a derrota no álcool e em artigos inúteis”, acrescenta.
O EZLN protagonizou um levante armado em 1994 que durou doze dias, desde o dia 1º de janeiro daquele ano e atualmente tem sob sua administração cerca de 40 municípios do estado de Chiapas, no sudeste do país.
No último dia 21 de dezembro, enquanto muitas pessoas especulavam sobre o fim do mundo, os zapatistas fizeram uma aparição pública e silenciosa, também acompanhada de um protesto do Subcomandante Marcos. “Escutaram? É o som do seu mundo desmoronando. É o do nosso ressurgindo. O dia que foi o dia, era noite. E noite será o dia que se tornará o dia. Democracia! Liberdade! Justiça!”, diz o comunicado.