No dia 30 de julho de 1997, C. tinha apenas 11 anos quando foi molestada sexualmente, na escada do prédio onde morava, no bairro Cidade Nova, região Nordeste de Belo Horizonte. A menina, subjugada e ameaçada, recebeu o recado do abusador: se contar a alguém, volto e mato você e a sua família. Na sua inocência, ela perguntou o nome do agressor. Ele, talvez por acreditar que sairia impune disse: Pedro. Ontem, 16 anos depois, o criminoso foi preso. Mas só depois de uma incansável luta da vítima e familiares.
Ainda com 11 anos, a menina esteve com o então secretário de Segurança Pública, delegado Santos Moreira, a quem redigiu uma carta que só ele teve acesso. No documento, ela relatou, detalhadamente, tudo o que aconteceu e revelou o nome do abusador.
Naquele tempo, o empresário F., hoje com 50 anos, sempre acompanhou a filha em delegacias, onde ela viu fotos e fez reconhecimentos de suspeitos, mas sem identificar o agressor. Desesperado, o pai de C. constatava que a falta de infraestrutura da polícia favorecia para que o crime e criminoso ficassem impunes. “Cheguei a pensar em buscar vingança, mas minha filha sempre manteve a esperança de que seria feita justiça. Decidimos esperar”, relembra F..
tormento
Nos 16 anos seguintes, o nome “Pedro” e seu rosto assombraram as lembranças da menina, que se transformou numa mulher atormentada pelos resquícios da violência. Mas nunca perdeu a esperança de que um dia veria seu agressor pagar por seus crimes.
A família mudou de bairro para amenizar as más lembranças. Enquanto isso, o estuprador permanecia em liberdade. C. descobriu que, além dela, pelo menos outras 16 meninas e moças foram vítimas de abuso por parte de Pedro. Dois sósias foram presos e um deles, inocente, ficou vários anos na cadeia. Sempre com o amor e suporte dos pais, aliada à terapia, a menina se manteve forte.
Há um ano, C. passava pela avenida Francisco Deslandes, no Anchieta, e viu Pedro. Mantendo o sangue frio, seguiu o homem e telefonou ao seu pai, que acionou a polícia. Ao ser levado para uma delegacia, talvez por remorso, o ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, então com 55 anos, confessou o ataque contra C., além de outros estupros.
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