O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indiciou dois policiais militares que efetuaram os disparos que mataram Frank Ligieiri Sons, acusado em agosto de 2010 de atacar a tiros o quartel da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), na Luz, no centro de São Paulo. O inquérito foi finalizado em 2 de abril.
Os militares indiciados são Sidney João do Nascimento e Jorge Inocêncio Brunetto. Quatro PMs participaram da ação, mas apenas dois confessaram ter atirado. Nascimento efetuou quatro disparos e Brunetto, dois. Sons morreu atingido por duas balas. Os policiais foram indiciados porque, conforme o laudo de reprodução simulada dos fatos, a versão apresentada por eles foi inconsistente.
A descrição de onde estavam os atiradores, os locais de onde dispararam e a análise dos vestígios constatados pela perícia divergiram das indicadas pelos policiais militares. O DHPP, no inquérito, também não encontrou o coquetel molotov que tinha sido apresentado para a apreensão. Não houve testemunhas do atentado.
Telhada
Os tiros contra o quartel tinham sido dados um dia depois da tentativa de assassinato contra o coronel Paulo Adriano Telhada, que na época comandava a corporação e recebeu 11 disparos quando saía de sua casa. Telhada, que atualmente é vereador na cidade, disse nesta terça-feira que o indiciamento dos policiais não significa que sejam culpados ou que serão condenados. "Já fui indiciado em centenas de casos e depois fui inocentado."
O vereador disse que o inquérito avançou muito pouco. "Eles não descobriram nada", criticou. "Exame residuográfico negativo (quando não há pólvora nas mãos do autor) não é prova de nada. A câmera na frente do batalhão estava quebrada havia mais de dez anos. Se o coquetel molotov não apareceu, a culpa é dos policiais que não apreenderam. Estão acusando a Rota injustamente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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