(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)
O dia 2 de julho é marcado por descontos em diversos produtos no comércio belo-horizontino. Mas os descontos têm um propósito: o protesto contra os altos impostos em produtos no Brasil. O Dia da Liberdade de Impostos marca o dia em que começamos a trabalhar para o próprio proveito, já que, de acordo com o estudo "Dias trabalhados para pagar tributos", do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os brasileiros trabalham 153 dias somente para o pagamento de impostos, uma "meta" alcançada nessa quarta-feira (1º).
No entanto, a cada ano o número de dias trabalhados para pagar impostos aumenta. No ano passado, eram preciso apenas cinco meses e em 2010 os brasileiros trabalhavam quatro meses e vinte e oito dias para pagar os impostos.
Realizada por empresários de setores de comércio e serviços do país, a ação visa mostrar ao consumidor o quanto ele paga de impostos no que adquire. Além de Belo Horizonte, que está em sua décima edição e conta com a iniciativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e da CDL Jovem, a ação também ocorrerá em outras regiões do País. As cidades participantes são: Barra Mansa (RJ), Brasília (DF), Eunápolis (BA), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Itaberaba (BA), Joinville (SC), Juazeiro (CE), Macapá (AP), Manaus (AM), Salvador (BA) e Vitória (ES).
Entre os produtos com o desconto estão gasolina, roupas, carro, tênis, óculos, brinquedos, artigos de pet shop, alimentos, artigos de papelaria, material de construção e aluguel de veículos, entre outros, com o desconto de imposto referente a cada produto.
Mais de 150 empresas de Belo Horizonte participam da ação. Todas as lojas que integram o ato estão listadas no http://dli.cdlbh.com.br/EmpresasParticipantes.pdf.
O Dia da Liberdade de Impostos tem patrocínio do Minaspetro e da Carbel Japão, e o apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac), Associação Mineira de Supermercados (Amis), Sindicato e Associação Mineira de Indústria e Panificação (Amipão), Instituto de Formação de Líderes (IFL) e portal Varejo 1.
Exposição de produtos
Além de adquirir os produtos sem os impostos incidentes, consumidores podem conferir como seria se eles pudessem montar uma cozinha com produtos totalmente livre dos tributos. Foi montado um stand com a representação de duas cozinhas. Na primeira, móveis e eletrodomésticos estarão com o valor atual e, na segunda, os produtos com valor maior, que poderiam ser adquiridos pelo mesmo preço se não houvesse impostos sobre eles.
A cozinha está exposta no Posto Pica Pau, na Av. do Contorno, 10.325, no Barro Preto, e ficará até às 15h desta quinta-feira (2). O consumidor que for até o local poderá observar como os tributos sobrecarregam o bolso dos cidadãos.
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Carro sem imposto
No evento deste ano também poderá ser adquirido um Nissan March, 1.6, Rio 2016, cor prata, totalmente sem impostos. O carro, com sua devida tributação custa R$ 55.140,00, porém, hoje será possível adquirir o veículo por R$ 39.090,76, um "desconto" de R$ 16.049,24.
Os interessados em adquirir o veículo devem comparecer ao Posto Pica Pau nesta quarta, de 8h às 13h, fantasiado com roupas ou adereços que possam demonstrar seu protesto à alta taxa de tributos. Os fantasiados serão fotografados e avaliados por uma comissão julgadora, que escolherá os três melhores, e o escolhido terá o direito de comprar o carro totalmente livre de impostos.
Alerta ao consumidor
O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, disse que o objetivo do Dia da Liberdade de Impostos é conscientizar o consumidor sobre a alta taxa de impostos incidente, direta e indiretamente, sobre a renda dos brasileiros.
"O Brasil possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo. Há 18 anos os tributos significavam 23% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje são mais de 40%", afirmou. "Além de pagarem os impostos, os brasileiros ainda arcam com os custos, que teoricamente seriam do governo, como planos de saúde, segurança, escola particular, dentre outros. Queremos que os impostos pagos sejam revertidos para a população. O Brasil tem impostos de primeiro mundo e condição social de país atrasado", disse Falci.