Dilma muda domicílio e engrossa lista de prováveis nomes na disputa em Minas pelo Senado

Luciana Sampaio Moreira
lsampaio@hojeemdia.com.br
06/04/2018 às 22:25.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:13
 (Lucas Prates - Lula Marques/Agência PT - Frederico Haikal - Pedro Gontijo)

(Lucas Prates - Lula Marques/Agência PT - Frederico Haikal - Pedro Gontijo)

Em meio ao imbróglio desencadeado pelo mandado de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu mudar o domicílio eleitoral para BH, o que sinaliza que ela poderá disputar uma cadeira no Senado, por Minas Gerais. A decisão provocou reação na esquerda mineira, que levou militantes ao Tribunal Regional Eleitoral, e torna ainda mais disputada a vaga de senador. 

Se confirmar a candidatura, Dilma fará parte da chapa à reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). A segunda vaga de pré-candidato ao Senado ficaria com o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB). 

Além dele, são cotados a entrar no páreo o ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, Dinis Pinheiro (Solidariedade), Jô Moraes (PCdoB), Aécio Neves (PSDB) e Josué Alencar (PR). Esses dois últimos ainda não decidiram se irão tentar o Senado. Nessa sexta (6), Alencar trocou o MDB pelo PR.
Já Dilma tinha o título eleitoral no Rio Grande do Sul. Mas realizou a transferência, levando uma claque de militantes e lideranças políticas, dentre elas, Pimentel, à sede do TRE na capital mineira. 

A ex-presidente evitou falar em pré-candidatura. Disse que irá mudar para Minas para cuidar da mãe, que está com 94 anos e adoentada. “Venho aqui hoje para transferir o meu título de eleitor para Belo Horizonte. Não posso afirmar que sou candidata ao Senado Federal pelo PT, mas farei campanha neste ano. O Brasil precisa se reencontrar e ser pacificado, o que só será possível se tivermos eleições diretas. Farei campanha com Lula ou não, mas vou lutar para que seja com ele”, disse.

Pimentel acompanhou o discurso. “Dilma está transferindo o título de eleitor para Minas Gerais por questões pessoais. Mas o nome dela está à disposição do partido. A possibilidade de uma candidatura ao Senado ainda não foi discutida com a cúpula e com os nossos aliados”, enfatizou.
Já a deputada estadual Marília Campos (PT) confirmou que Dilma disputará uma das vagas ao Senado. “Dilma não disse que sim, mas nós sabemos que ela será candidata”, afirmou.

“A chapa ideal será Pimentel, com Jô Moraes (PCdoB) de vice, para o governo do Estado e Adalclever Lopes e Dilma Roussef para o Senado. E Josué para vice de Lula, na Presidência”, apontou.

A possível candidatura da ex-presidente provocou também reação da oposição. “E agora vem fingir que é mineira atrás de voto? As pessoas querem mais verdade, autenticidade, transparência e coerência dos líderes políticos. Por que Dilma não teve coragem de se candidatar na sua terra, o RS?”, anotou o deputado federal tucano Marcus Pestana nas redes sociais dele. 

Troca-troca

Nessa sexta terminou o prazo para que pretensos candidatos troquem de partido ou se desincompatibilizem dos cargos. Houve intensa movimentação entre as legendas. 

O deputado federal Jaime Martins saiu do PSD para entrar no Pros. Martins era cotado para vice de Antonio Anastasia (PSDB). Porém a vaga deve ficar com o colega de Câmara, Marcos Montes (PSD). O deputado Bonifácio Andrada deixou o PSDB para ingressar no DEM, partido que abrigou também Bilac Pinto, deputado federal, Arnaldo Silva, deputado estadual, e Álvaro Damião, vereador.

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