Dilma Rousseff: belo-horizontina, guerrilheira e escolhida por Lula

Hoje em Dia
06/10/2014 às 08:16.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:29
 (AFP Photo)

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A ex-guerrilheira Dilma Rousseff, 66 anos, nunca havia participado de uma eleição, e foi a primeira mulher eleita presidente no Brasil, com 55,7 milhões de votos no segundo turno, em 2010, derrotando José Serra (PSDB).

Militante da esquerda, passou pela luta armada contra a ditadura militar. Antes de se filiar ao PT, participou da fundação do PDT, junto a Leonel Brizola, no Rio Grande do Sul, onde ocupou cargos no governo do Estado. Tida como “gerentona”, foi ministra das Minas e Energia e da Casa Civil no governo Lula.

Nascida em Belo Horizonte, Dilma é filha do imigrante búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva, que tiveram outros dois filhos: Igor e Zana. Estudou no Colégio Nossa Senhora de Sion e no Colégio Estadual Central, onde entrou no movimento estudantil que lutava contra a ditadura.


Luta armada

Aos 16 anos, Dilma iniciou a vida política, integrando organizações de combate ao regime militar. Começa na Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop) e depois, em 1967, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, migra para o Colina (Comando de Libertação Nacional), organização que também defendia a luta armada.

Já em 1970, é presa e permanece por quase três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Com isso, só consegue concluir o curso de Economia em Porto Alegre, para onde se muda em 1973.

No governo Lula, deixou a pasta de Minas para comandar a Casa Civil desde a demissão de José Dirceu, em junho de 2005. Em abril de 2009, quando Lula a preparava para ser sua sucessora, Dilma anunciou que estava tratando um câncer no sistema linfático, mas no final do ano estava curada.

À frente da Presidência, fez um governo de continuidade e avanço em relação a seu antecessor. Recebeu muitas críticas pela condução das políticas macroeconômicas. Enfrentou escândalos de corrupção, o mais recente de desvio de recursos na Petrobras.

 

Estímulo ao consumo sustentou a economia

Uma das principais bases de sustentação da economia no governo Dilma, assim como no governo Lula, foi o estímulo ao consumo de produtos nacionais, com o objetivo de impulsionar a indústria, o emprego e a economia como um todo.

A receita funcionou bem e evitou que o país fosse contaminado pela crise internacional iniciada em 2008. Porém, deixou de funcionar ao se esgotar a capacidade do governo de ampliar as políticas de distribuição de renda.

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais conselheiros do governo Dilma, reconheceu o erro, mas ressaltou, em entrevista recente ao jornal “O Estado de São Paulo”, que foram feitos ajustes.

“Houve um erro de estratégia. Demorou muito para perceber que o consumo estava perdendo força para impulsionar a economia”, disse.

Apesar disso, após a Copa do Mundo, em julho, a avaliação de seu governo começou a se recuperar, segundo pesquisas do Ibope.

Em dezembro de 2013, o índice de avaliação ótimo ou bom do governo Dilma era de 43%. Caiu até atingir 31% em julho. A parir daí, começou a subir, até alcançar os atuais 39%.

 

Perfil

Dilma Rousseff
Partido: PT

Coligação: Com a Força do Povo (PT, PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PC do B, PRB)
Data de nascimento: 14/12/1947
Naturalidade: Belo Horizonte
Profissão: Economista
Principais cargos: Secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre (1985/88); secretária de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul (1993/94 e 1999/2002); ministra de Minas e Energia (2003/05); ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República (2005/10); Presidente da República (desde 2011)

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