Disputa é pelo 2º lugar para encarar João Leite na final

03/09/2016 às 12:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:40

Após a quarta pesquisa eleitoral consecutiva (institutos Ibope, Datafolha, DataTempo/CP2 e Paraná), o quadro sucessório em Belo Horizonte aponta para uma disputa pelo segundo lugar, de quem irá brigar com o tucano João Leite na finalíssima. Há quem avalie que o quadro ainda não esteja pronto e que a própria liderança do PSDB poderá não ser mantida, que João Leite não teria combustível para chegar lá. É preciso considerar que os tucanos sempre mantiveram, como agora, o percentual de 25% junto aos belo-horizontinos, índice suficiente para colocá-los no segundo turno. Ele pode até cair antes do dia 2 de outubro, mas deverá segurar as intenções de voto que lhe garantam a passagem ao 2º turno.

Por isso, o posto mais cobiçado na sucessão, nesse momento, está ocupado pelo estreante Alexandre Kalil (PHS), alçado ao segundo lugar por ser muito conhecido como ex-presidente do Atlético. O estilo pessoal dele também o favorece, numa convergência com o ambiente político de insatisfação com a classe política tradicional. Depois de João Leite e Kalil, todos os outros nove candidatos estão numa posição tanto próxima quanto complicada, abaixo dos 5 pontos.

No bom debate organizado pela Rede Bandeirantes, na terça (30), esse quadro se desenhou de alguma forma. Kalil e João Leite não se esforçaram para aparecer, correndo riscos, já que detêm posição de vantagem sobre os demais. Somente o candidato do PMDB, Rodrigo Pacheco, um dos lanternas da disputa, percebeu isso e adotou a estratégia de polarizar com o segundo colocado. Se aproveitar bem o curto tempo de campanha, ficar melhor conhecido, poderá ter alguma chance. 

Ao contrário dele, os outros concorrentes ainda não encontraram o eixo da campanha. Délio Malheiros (PSD), que tem estrutura boa para isso, perdeu a chance de ser candidato, de se mostrar como candidato, optando pela postura quase que de um advogado do prefeito Marcio Lacerda (PSB), de fazer a defesa da obra administrativa dele. Em vez de influente, o apoio de Lacerda poderá ser um fardo para ele, lembrando situação semelhante à do prefeito quando foi apoiado, em 2008, por dois fortes padrinhos políticos, e percebeu que, se ficasse na sombra deles, perderia a eleição.

A maior surpresa, negativa, é a do PT que, depois de 18 anos governando e ajudando a governar a capital mineira (1993/2011), tem, hoje, intenções de voto de partido nanico. Reginaldo Lopes precisa reagir e fazer o debate sem medo de ser petista. Por mais que o partido dele esteja com alta rejeição, em função da crise política nacional, a esquerda ainda não encontrou sua representação. Unida, com o PT, PCdoB e outros, poderá reunir o voto útil do segmento em torno dele e ir ao segundo turno, caso contrário, poderá ser vítima dessa tática.

Pesquisas tentam antecipar o sentimento do eleitor, mas a votação real é aquela que sairá das urnas de 2 de outubro. Institutos já erram, e muito, em outras vezes. Encerrado processo de impeachment, em Brasília - e, a partir do feriado de 7 de Setembro -, novas pesquisas poderão confirmar, ou não, essas avaliações, com resultados mais consolidados.

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