Divulgados os concorrentes ao Troféu Bandeira Paulista

Luiz Carlos Merten
28/10/2013 às 10:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:42

Foi tudo muito informal. A coletiva de apresentação dos indicados pelo público para concorrer ao Troféu Bandeira Paulista e do júri internacional que vai avaliar os filmes realiza-se sempre no segundo sábado da Mostra. Este ano foi na Cinemateca Brasileira, seguida de feijoada, mas antes disso imprensa e jurados puderam trocar ideias de forma descontraída, com direito a caldo de feijão, torresmo e caipirinha. Como sempre, do ponto de vista crítico, a escolha do público foi disparatada, mas não porque os cinéfilos paulistanos não tenham bom gosto.

Ocorre que o público, mesmo na Mostra, não é unitário. É um conjunto de pessoas com gostos diversos. Sua pré-seleção aponta para essa diversidade. Foram selecionados 23 filmes - 13 ficções e dez documentários. Apenas três são brasileiros - a ficção Estação Liberdade, de Caíto Ortiz, e os documentários Rubem Braga - Olho as Nuvens Vagabundas, de André Weller, e Vida, de Tatiana Villela.

O júri internacional é integrado por Lav Diaz - cineasta filipino que está sendo homenageado com uma retrospectiva -, Sergei Loznitsa, César Charlone, Hans Weingartner e Monique Gardenberg. O júri de documentários reúne nomes como Zuenir Ventura, Toni Ventura, Daniel Dreyfuss e Pablo Iraola. Lav Diaz era o mais solicitado, até por ser esta sua primeira visita ao Brasil (e à Mostra). Ele contou que seu cinema exigente circula pouco, ou de forma alternativa, nas Filipinas.

O reduzido circuito exibidor do país é formatado para a produção de Hollywood, mas existe um público universitário que se interessa pela produção nacional. Ele acha graça das piadas sobre a extensa duração de seus filmes - Evolução de Uma Família Filipina tem 11 horas. Diz que não faz filmes compridos para desconcertar. "Os filmes têm a duração de que necessitam", explica. O russo Sergei Loznitsa anda numa fase de realização de curtas, mas eles são aperitivos para o longa que vai fazer no ano que vem, e que vai marcar seu retorno à época da 2.ª Guerra Mundial, em que já situou o admirável Na Neblina. Monique Gardenberg, única mulher nos dois júris, está feliz da vida com o longa que se prepara para fazer. A Caixa Preta baseia-se no livro do escritor israelense Amós Oz, sobre a dilacerada ruptura de uma relação. Monique está com o roteiro pronto e pretende fazer o filme de forma totalmente independente, para garantir a liberdade artística.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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