Não será preciso esperar o dia de amanhã (15) – prazo final de registro das candidaturas para concluir o quadro sucessório em Belo Horizonte, que, nas últimas horas, foi reduzido a 11 candidaturas a prefeito em Belo Horizonte. A partir de agora, os bastidores cedem espaço para campanha eleitoral propriamente dita, que deve ser feita, ao final, entre o candidato e o eleitor. Qual deve ser a mensagem dos candidatos, e
como ela chegará ao objetivo, para atrair as atenções e garantir o voto do belo-horizontino?
Já se sabe quem são os candidatos e que dois deles levam ligeira vantagem sobre os outros por conta do alto nível de conhecimento junto ao eleitor: João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS). O tucano começa liderando porque é o mais conhecido e porque seu partido nunca teve menos do que 25% do eleitorado belo-horizontino desde que surgiu em 1988 e elegeu Pimenta da Veiga. Daí, pode-se intuir - e não garantir - que ele estará no segundo turno. Se isso se confirmar, restaria uma vaga para os outros dez.
Por seu estilo desabrido e pela identificação com uma das torcidas de futebol, o ex-presidente do Atlético não dispõe de ferramentas de comunicação (deve ter só 30 segundos no horário gratuito da TV), mas maneja bem as redes sociais, onde pode alcançar 300 mil acessos enquanto que o candidato de partido tradicional, como o PMDB, atinge só 2 mil. Por isso, pode ser a surpresa na eleição. De acordo com as pesquisas, seria o segundo colocado, crescendo na cola do líder.
O candidato oficial, Délio Malheiros (PSD), entra em campo agora. Seu principal trunfo será convencer o eleitor que ele e o prefeito Marcio Lacerda estiveram juntos na construção das realizações da atual gestão. Já disse aqui que Lacerda é o único dos protagonistas que não poderia perder a eleição; ele contestou, mas desidrataram sua influência antes mesmo da eleição começar. Assim, o prefeito vai para a disputa com um candidato que ele nunca imaginou seu ou botava fé. Coisas da política que fugiram ao controle de ambos, que, para não morrerem num abraço de afogados, terão que esquecer o passado. Sem Lacerda, Délio não iria longe, e sem Délio, Lacerda teria perdido antes do começo do jogo. Tudo somado, estão no páreo.
Os outros sete candidatos ainda não entraram. O PT de Reginaldo Lopes e o PMDB de Rodrigo Pacheco tentarão incorporar o espírito novo e a mudança na política, mas até o momento têm outros desafios. Reginaldo busca mexer com a militância para não deixar morrer o petismo após a avalanche de denúncias. Pacheco ainda não apresentou nada de diferente além do fato de ser um novato na política. Por enquanto, não há espaço para ele.
Cabos eleitorais de elite
Outro fator que favorece o tucano são os cabos eleitorais de elite. João Leite terá cerca de 300 candidatos a vereador registrados pelos seis partidos que o apoiam. O PT, apenas 62. Ao contrário deles, a coligação de Délio vive o drama da insatisfação dos candidatos a vereador do PSB, que, depois que ficaram sem candidato próprio a prefeito, perderam o rumo de casa.
PS – Darei uma pausa de 10 dias, para recarregar as baterias e encarar a maratona eleitoral que vem aí. Até lá.