Dois terços dos islandeses votaram a favor das propostas de um comitê de cidadãos para redigir uma nova Constituição, segundo os resultados preliminares do referendo organizado no sábado (20) em um exercício de democracia direta sem precedentes. A participação foi avaliada em menos de 50%, muito abaixo dos 72,9% registrados o ano passado no referendo sobre a indenização que deveria ser dada aos britânicos e holandeses vítimas da falência do banco Icesave em 2008. O referendo pedia aos islandeses que respondessem sim ou não a seis perguntas sobre temas como o papel dos recursos naturais do país, da Igreja nacional e o futuro do sistema democrático da ilha. Os habitantes também deveriam se pronunciar sobre a possibilidade de celebrar referendos por iniciativa cidadã e sobre o modelo de votação, assim como se a futura constituição deve basear-se no projeto que foi apresentado. A constituição vigente foi adotada em 1944, depois que a Islândia se tornou independente da Dinamarca. Há muito tempo, as pessoas falam em fazer uma revisão da Carta Magna, que isto sempre foi adiado. A quase falência econômica da Islândia em 2008 em função da crise financeira desencadeou movimentos sociais em prol de uma futura constituição elaborada pelos próprios cidadãos.