O dólar comercial segue em trajetória de alta nesta sexta-feira e renova as máximas em 12 anos. As 10h59, a moeda americana era cotada a R$ 3,327 na compra e a R$ 3,329 na venda, uma alta de 14% frente ao real. É a primeira vez desde março que a divisa é negociada acima dos R$ 3,30. Na máxima do pregão, a cotação atingiu R$ 3,341, maior valor desde 1º de abril de 2003, quando atingiu R$ 3,360. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em terreno negativo, com o Ibovespa caindo 1,33%, aos 49.146 pontos. O movimento de alta da divisa segue o movimento externo. O "dollar index", calculado pela Bloomberg e que avalia o comportamento de uma cesta de dez moedas frente ao dólar, opera em alta de 0,33%. Internamente, a maior preocupação dos investidores segue sendo com o ajuste fiscal. Nem mesmo as declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reafirmando que o ajuste não foi deixado de lado foram suficientes para retirar a pressão sobre a moeda. O temor é que o Brasil possa perder o grau de investimento, o que aumentará custos de captação para o país e empresas, tornando mais difícil a retomada do crescimento econômico. No cenário externo, dados ruins da China também colaboraram para o ambiente de aversão ao risco. "No front externo, dados ruins relativos à atividade industrial da China em julho, divulgados nessa madrugada, renovam o pessimismo dos investidores", explicou, em relatório a clientes, Ricardo Gomes da Silva, analista da Correparti Corretora de Câmbio. Na Bolsa, todas as ações de maior liquidez opera em queda. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras caem 2,55%, cotadas a R$ 9,91. O papel não era negociado abaixo de R$ 10 desde o final de março. As ordinárias (ONs, com direito a voto) caem 2,39%, a R$ 11,02. Também têm forte desvalorização as ações da Vale, com quedas de 1,94% (PNs) e 2,77% (ONs). Os bancos também amargam outro pregão de perdas. Os papéis do Itaú Unibanco recuam 1,51% e os do Bradesco caem 0,94%. A queda no Banco do Brasil é um pouco menor, de 0,53%. Nos Estados Unidos, os principais índices operam perto da estabilidade. O Dow Jones tem pequena variação positiva de 0,03% e o S&P 500 tem leve recuo de 0,11%. Dólar Turismo Com relação ao dólar turismo, que é utilizado em viagens, o valor da divisa já é encontrado acima de R$ 3,70 no Rio. Nas agências de câmbio do Bradesco, o valor cobrado pelo dólar para cartões pré-pago era de R$ 3,72 pela manhã, com incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38%. Para compra em espécie, a divisa custava R$ 3,55, com IOF de 0,38%. Na corretora Cotação, a recarga em cartão era vendida a R$ 3,70 enquanto a divisa em papel-moeda custava R$ 3,52, já com impostos no preço. A Western Union cobrava R$ 3,46 pelo papel-moeda do dólar e R$ 3,65 no plástico. Na agência Ultramar Câmbio, a moeda custava R$ 3,50 (espécie) e R$ 3,70 (cartão pré-pago) - também com acréscimo das taxas IOF. Já a TOV Corretora vendia o dólar em dinheiro vivo a R$ 3,44 e o crédito no cartão pré-pago a R$ 3,64, com imposto. No Banco do Brasil, o valor do dólar alcançou, pela manhã, R$ 3,44 para papel-moeda e R$ 3,62 para crédito nos cartões.