Doméstica acorrenta filhas com medo de prostituição

José Maria Tomazela
16/04/2013 às 16:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:52

Com medo de que as garotas se prostituíssem ou usassem drogas, a doméstica L., de 33 anos, mantinha as filhas de 12 e 15 anos acorrentadas quando saía para o trabalho, em Itu, região de Sorocaba (SP). As meninas foram libertadas no fim da tarde desta segunda-feira (15) pela Guarda Civil Municipal, depois de uma denúncia anônima. Os guardas encontraram as adolescentes imobilizadas pelas correntes, presas aos pés por um cadeado. A casa, uma residência simples, no bairro Cidade Nova, zona sul da cidade, era mantida fechada à chave durante a ausência da mãe.

Aos guardas, a mulher disse que fazia aquilo pelo bem das garotas. "Aqui, tem muita prostituição e droga e eu prendo minhas filhas para elas não chegarem ao ponto de se prostituir e se drogar", disse. De acordo com L., as meninas costumavam fugir de casa e ir para uma avenida do bairro, onde garotas de programa fazem ponto e há consumo e venda de drogas. A doméstica foi abandonada pelo companheiro e cuidava sozinha das filhas. A garota mais velha afirmou que saía de casa para se encontrar com um namorado. "Eu tenho namorado, então eu fujo por causa dele." Ela disse que a irmã mais nova também costuma fugir para ir à avenida.

Levada a uma delegacia da Polícia Civil, a mãe foi ouvida e liberada, mas responderá ao inquérito por maus-tratos. As adolescentes passaram por exames médicos e foram encaminhadas para o Conselho Tutelar. Segundo a Guarda Municipal, não foram constatadas escoriações leves nos tornozelos das meninas pelo uso da corrente. A Justiça decidirá ser as garotas serão encaminhadas para um abrigo ou se voltam a ficar sob os cuidados da mãe.
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