COPA DO MUNDO

Duas seleções têm jogadores atuando com desfibriladores no coração

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
25/11/2022 às 19:07.
Atualizado em 25/11/2022 às 19:28
 (Reprodução/FIFA)

(Reprodução/FIFA)

Chegou ao fim a primeira rodada da Copa do Mundo. Com isso, todas as seleções já puderam estrear na competição, e um fator curioso é que dois jogadores, um da Holanda e um da Dinamarca, jogam com um desfibrilador no coração e foram liberados para atuarem na competição.

Durante uma partida da Euro 2021, em junho do ano passado, o dinamarquês Eriksen sofreu um ataque cardíaco e teve que ser atendido ainda em campo, recebendo massagem no peito. Após ser reanimado, ele foi retirado com a ajuda de ambulância e encaminhado para um hospital.

Após ser afastado do futebol e ter seu contrato rescindido pela Inter de Milão, devido ao uso do desfibrilador que não é liberado no campeonato italiano, ele foi contratado pelo Brentford, da Inglaterra, e posteriormente pelo Manchester United. Na Copa do Mundo de 2022, ele voltou a participar de uma competição europeia com a seleção.

Daley Blind, da Holanda, é mais um que usa o equipamento no coração. Durante um jogo pela Uefa Champions League, o lateral sentiu sintomas de tonturas e teve que ser substituído. Após realizar exames, ele foi diagnosticado com miocardite, uma inflamação do miocárdio, que é um músculo do coração. Após tratamento, também colocou um desfibrilador, e voltou a jogar.

O futebol é um esporte de alta intensidade e, na teoria, exige o coração, o que poderia causar uma preocupação dos atletas jogarem. Mas os comitês de saúde responsáveis pela Copa liberaram que os jogadores participassem. Decisão que para o médico Luíz Roberto Felipe, pode ser perigosa. “As duas principais indicações  são para as doenças Miocardite e Miocardiopatia Hipertrófica, que é a principal causa de Morte Súbita em atleta jovem. Se o comitê e o médico da seleção liberam, ele pode atuar. Porém, mesmo assim o risco de morte é muito significativo.

(Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Dr Roberto, como é conhecido, foi diretor das categorias de base do Cruzeiro por 15 anos e superintendente médico na administração do Alvimar Perrella. Ele participou do episódio envolvendo o volante Diogo, em 2006, que na época tinha 20 anos e sofreu um infarto durante treino na Toca da Raposa. Por conta da situação cardíaca, o atleta foi impedido de voltar a jogar futebol.

O Atlético também já teve uma situação parecida. Em 2019, o volante Adilson, 32, foi diagnosticado com cardiomiopatia hipertrófica durante exames de rotina do clube. Após descobrir a doença, ele teve que aposentar do futebol.

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