(Editoria de Arte)
Foi dada a largada à corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte, cidade que detém a terceira maior arrecadação do país. A campanha promete ser uma das mais quentes da história, já que colocará em lados opostos os principais caciques políticos do estado. Nas palavras do atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), “são muitos pretendentes. A noiva é cobiçada”.
Na tarde de ontem, PSDB e o senador Aécio Neves lançaram oficialmente o deputado estadual João Leite (PSDB). Foi a primeira convenção de um dos partidos com mais tempo no horário eleitoral gratuito, balizador das campanhas eleitorais.
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O ato referendou o rompimento entre Lacerda e Aécio. Uma aliança firmada em 2008, tendo ainda como protagonista o então prefeito, hoje governador, Fernando Pimentel (PT).
Se três eram um só, agora, são três lideranças travando uma verdadeira batalha por alianças com outros partidos para garantir tempo no horário gratuito na televisão e no rádio. Cada uma delas com um candidato de perfil diferente.
Ainda ontem, pouco antes de Aécio protagonizar o lançamento de Leite, o prefeito Marcio Lacerda recebeu o Hoje em Dia para uma entrevista exclusiva. Na prefeitura, ele contou sua versão sobre o rompimento, primeiro com o PT, agora, com o PSDB.
Consenso
Lacerda confidenciou que, em um primeiro momento, encontrou um nome de consenso, capaz de manter o casamento entre socialistas e tucanos: Wilson Brumer, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo estadual, na época de Aécio. Empresário, já dirigiu empresas como Vale e Usiminas. Tem o perfil que o prefeito buscava. Um empresário, com atuação na cidade e passagem pela vida pública e iniciativa privada.
Lacerda contou que pesquisas qualitativas (aquelas com caráter exploratório, que estimulam o entrevistado a pensar livremente sobre determinado tema) indicavam um perfil específico para o candidato a prefeito. Mas Brumer recusou o convite.
Foi então que os desentendimentos com o PSDB de Aécio começaram. Lacerda argumenta que o partido tucano não quis discutir uma forma consensual para a escolha do candidato. O senador alfinetou o prefeito dizendo que nunca “mudou de direção” política.
Pulverização
Com os caciques do PSB e PSDB em lados opostos, os partidos que gravitam em torno das lideranças também estão divididos. Lacerda quer ter dois minutos no programa eleitoral gratuito, em um bloco de 10 minutos.
O PSDB, bem como o PT e o PMDB, também disputam os minutos preciosos e essenciais na apresentação dos candidatos. Com a campanha mais curta e mais barata, o tempo vale ouro.
Os tucanos conseguiram o aval do PP. Deputados afirmam que a coligação pode ficar com o maior tempo. A divisão dos minutos é feita proporcionalmente à bancada de cada legenda. Por isso as alianças são importantes na campanha.
O PMDB tem o maior número de deputados e, por consequência, sai em vantagem no horário gratuito. Vai lançar o deputado federal Rodrigo Pacheco na próxima semana. O PT de Pimentel vai de Reginaldo Lopes. A convenção do partido também será na próxima semana.