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Mesmo com todos os problemas sofridos pela educação em 2020 por causa da pandemia, a maioria das escolas particulares conseguiu manter o calendário com aulas virtuais e garantir férias no mês de janeiro. É o momento em que muitas famílias se perguntam: vale a pena viajar com as crianças no início de 2021, mesmo com os altos índices de transmissão do novo coronavírus em quase todo o país?
Para Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o ideal é manter a resiliência e não viajar em janeiro. “Não queremos que as pessoas percam o jogo na prorrogação. Quem puder segurar a viagem para depois da vacina deve segurar”, afirmou o médico.
Segundo ele, caso a família decida sair da cidade para uma viagem de férias, deve optar por trajetos mais curtos, feitos de carro, fazendo o menor número de paradas possível no caminho. “Mas não adianta fazer tudo direitinho e ficar em uma aglomeração em outra cidade”, alertou Urbano.
Viagens de avião ou ônibus não são recomendadas. “Rodoviária ou aeroporto são lugares de grande transmissão do vírus, especialmente se forem longas. Caso não seja possível evitar, é preciso redobrar a atenção no uso de máscaras e higienização das mãos com álcool, para reduzir o risco”, disse.
Urbano explica que as viagens feitas nos feriados do segundo semestre de 2020 por muitas famílias contribuíram para o recrudescimento da epidemia.
“Sou testemunha pessoal que essas viagens podem ser de despedida. Temos uma grande preocupação neste momento que muitas pessoas podem viajar e trazer o vírus para Belo Horizonte. Da mesma forma, há pessoas que vão levar o vírus consigo e transmitir para os que estão em outra cidade”, afirmou o infectologista.
Segundo ele, a realidade da pandemia neste momento é muito séria e poderá piorar se a população não respeitar as recomendações durante as férias. Somente em Minas Gerais, há mais de 38 mil pessoas com Covid em acompanhamento neste momento (internadas ou em isolamento domiciliar).
“A situação é caótica e tenebrosa. Estamos em uma pandemia e isso quer dizer guerra, não podemos nos esquecer disso. Numa guerra, não temos os mesmos prazeres dos tempos normais”, completou.