Milhares de doses de vacinas experimentais contra o ebola devem estar disponíveis nos próximos meses e poderão, eventualmente, ser dadas a trabalhadores da saúde e a outras pessoas que tiveram contato com doentes, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira.
Nenhuma vacina ainda se mostrou segura ou eficiente em humanos, disse Marie-Paule Kieny, diretora-assistente geral da OMS, que falou durante uma coletiva de imprensa em Genebra que posteriormente foi compartilhada por e-mail. Testes precisam ser feitos em primeiro lugar para garantir que elas não são prejudiciais às pessoas. Alguns desses testes já tiveram início, afirmou ela.
O governo canadense já doou 800 frascos de uma vacina que desenvolveu antes de licenciá-la para a NewLink Genetics Corp., disse Kieny. A empresa deve produzir vários milhares de doses adicionais nos próximos meses. Não estava claro quantas doses representam os 800 frascos, já que são necessários testes para determinar o tamanho de uma dose, mas Kieny disse que provavelmente são 1.500.
Até o começo do ano que vem, devem haver cerca de 10 mil doses de outra vacina, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e pela GlaxoSmithKline, afirmou Kieny.
"Não será uma campanha de vacinação em massa", disse ela, acrescentando que os trabalhadores da saúde e pessoas que reconhecidamente tiveram contado com infectados poderão receber a vacina já em janeiro.
Acredita-se que o surto de Ebola na África ocidental tenham matado mais de 2.900 pessoas. Os casos da doença sobrecarregam os já precários sistemas de saúde dos países afetados e desafiam os métodos até então utilizados para conter a disseminação do Ebola. Especialistas esperam que tratamentos experimentais e vacinas sejam capazes de conter o surto de alguma forma.
Mas But Kieny advertiu que até que a eficiência desses medicamentos seja comprovada, qualquer pessoas que receber a vacina deve agir como se não estivesse protegida contra o Ebola.
A OMS tem priorizado o uso de sangue de sobreviventes do ebola e diz que novos estudos são necessários para determinar se a medida pode ajudar pessoas infectadas pelo vírus. Essas transfusões de sangue já foram feitas em escala menor, notadamente num médico norte-americano que se infectou na Libéria.
O desenvolvimento de um soro de tratamento com os anticorpos de muitos sobreviventes pode exigir a instalação de laboratórios mais amplos e técnicos treinados, afirmou Kieny. Fonte: Associated Press.
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