Mercado

Abate de gado bovino tem nova queda em 2021; frangos e suínos registram recorde

Da Redação
15/03/2022 às 16:54.
Atualizado em 15/03/2022 às 17:40
 (Reprodução/Internet)

(Reprodução/Internet)

O abate de gado bovino no Brasil alcançou 27,54 milhões de cabeças no ano passado, queda de 7,8% em relação a 2020, quando o índice já havia caído (-7,9 %) frente a 2019. Já o abate de cabeças de frango ficou em 6,18 bilhões em 2021, o que representa um aumento de 2,8%, ou 169,87 milhões de cabeças a mais em relação ao ano de 2020. Com o resultado, o país alcança o recorde da série histórica da Pesquisa Trimestral do Abate divulgada nesta terça-feira (15) pelo IBGE, iniciada em 1997. Em relação aos suínos, o ano de 2021 marcou o abate recorde de 52,97 milhões de cabeças, um aumento de 7,3% (ou mais 3,61 milhões de cabeças) em relação a 2020.

De acordo com Bernardo Viscardi, analista da pesquisa, o resultado de 2021 segue o cenário observado desde o início de 2020.  “No caso dos bovinos, permanece a retenção de animais, principalmente das fêmeas, para fins de procriação. A arroba está valorizada, em um ciclo de alta, fazendo com que o produtor evite o abate", explica. O total de fêmeas abatidas ao longo de 2021 comprova: foram apenas 9,31 milhões de cabeças, o menor resultado desde 2004. 

A restrição imposta pelo mercado chinês também influenciou o resultado. A China é o principal importador da carne bovina brasileira, e vinha respondendo por mais de 50% da exportação nacional. Porém, em setembro do ano passado, ao se constatar dois casos atípicos da “doença da vaca louca”, o país asiático embargou a carne proveniente do Brasil. O impedimento durou até dezembro. “Isso impactou a cadeia da carne bovina, já que a exportação vem, ao longo dos últimos meses, em altos patamares" relata Viscardi.

Ainda assim, as exportações de carne bovina in natura tiveram o terceiro melhor resultado da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, com 1,56 milhão de toneladas enviadas ao exterior. A crise com a China também refletiu no preço da  arroba bovina, que desvalorizou no mercado, o que fez com que o produtor segurasse o abate para tentar vender mais caro posteriormente.

Frangos e suínos
O recorde de frangos abatidos em 2021 veio com o resultado mais alto para exportações da carne de frango in natura. Porém, não só o mercado externo influenciou no resultado: o consumo interno segue crescendo, afinal, com a alta da carne bovina, o brasileiro passou a procurar substitutos. “Tanto o frango quanto o suíno se tornaram opção de proteínas mais em conta”, diz o analista da pesquisa. A exportação de carne suína também bateu recorde em 2021.

Ovos
A produção de ovos de galinha em 2021 bateu recorde e registrou 3,98 bilhões de dúzias, uma variação de apenas 0,2% em relação a 2020, mas o suficiente para representar novo recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 1987. “Desde 2020, verifica-se um aumento do consumo do produto, após o início da pandemia da Covid-19, relacionado à queda no poder aquisitivo da população”, afirma Viscardi.

Já o leite captado em 2021 bateu 25,08 bilhões de litros, uma queda de 2,2% sobre a quantidade registrada em 2020. É a primeira queda após um período de quatro anos de aumentos consecutivos, 2017 a 2020 . Apesar da retração, o resultado foi o segundo melhor computado para um ano, levando em consideração a série histórica pesquisa, iniciada em 1997.  “O ano de 2021 foi marcado pela ocorrência de geadas e por um período seco mais intenso, que contribuíram para prejudicar as pastagens em algumas das principais regiões produtoras”, explica Viscardi.

Leite
Além disso, houve alta dos custos com aumento dos preços dos insumos como a suplementação para o gado, o custo da energia e dos combustíveis, o que afetou a cadeia produtiva do leite. “É um setor que tem dificuldade em passar essa alta para o consumidor", finaliza.

Leia mais:

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por