O Brasil teve papel decisivo para destravar a agenda do acordo de Bali, segundo a avaliação do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges. "A postura brasileira no acordo de Bali é demonstração do que o País quer", completou. "O esforço do governo brasileiro foi viabilizar o acordo dentro dos parâmetros de possibilidade hoje."
Os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram a um acordo para impulsionar o comércio mundial no sábado, 06, pela primeira vez em quase duas décadas. O acordo poderá acrescentar bilhões de dólares para a economia global ao facilitar o fluxo de bens em alfândegas, conhecido como "facilitação do comércio". O acordo foi firmado em Bali, depois de quatro dias de reunião, e ainda precisa de aprovação formal na OMC, que deverá acontecer em meados de 2015.
Para Borges, o acordo de facilitação do comércio firmado pelos membros da OMC beneficiará principalmente as pequenas e médias empresas. "O acordo viabiliza a democratização do comércio exterior, possibilitando a entrada de pequenas e médias", disse.
Borges destacou a característica da base industrial brasileira, que é diversificada. "Não tem outro caminho a não ser integração comercial e de investimentos. Uma trajetória protecionista levaria o Brasil ao isolamento", afirmou. "A inserção (dos países nas cadeias produtivas mundiais) é crítica para a competitividade. Não tem outra trajetória possível a não ser uma forma bem sucedida de integração."
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