A carteira de crédito imobiliário dos bancos vai superar a de crédito pessoal até outubro, estima Felipe Pontual, diretor executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). "Isso é mais saudável para economia, pois o crédito imobiliário gera riqueza, movimenta o Produto Interno Bruto (PIB)", afirmou nesta quinta-feira, 12, em conferência promovida pela Sociedade Latino-Americana de Mercado Imobiliário (Lares, na sigla em inglês).
Segundo Pontual, a demanda por crédito imobiliário está aquecida devido às boas condições de emprego e renda da população, além do apetite dos bancos por esse tipo de carteira, cuja inadimplência é inferior a 2% e apresenta fidelização dos clientes. "Os bancos estão otimistas, e os mutuários estão demandando financiamento." Pontual citou que, em 2006, 470 mil unidades foram financiadas, enquanto em 2013, devem ultrapassar 1 milhão.
O executivo estimou ainda que o crédito imobiliário pode representar cerca de 10% do PIB nos próximos três ou quatro anos, ante os atuais 7,7%. Para que esse crescimento não ofereça riscos à economia brasileira, defendeu que é necessário manter os loan to value (LTV, que representa a razão entre o valor do financiamento e o valor do imóvel) em até 80%. Atualmente, está em 64%.
"Temos que ter cuidado de manter o LTV em até 80%. É importante que o comprador compareça com algum dinheiro, que mostre planejamento e comprometimento com o imóvel", argumentou. Ele acrescentou que o limite para os financiamento também deve permanecer com peso de até 30% da renda familiar do mutuário, diminuindo o risco de inadimplências.
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