Abilio Diniz vem comprando dia a dia ações da BRF, empresa resultante da fusão de Sadia e Perdigão. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, na última quarta-feira, o fundo Santa Rita, que administra investimentos do empresário, possuía cerca de R$ 280 milhões em ações da empresa. A participação de Abilio, no entanto, já pode ser muito maior. Fontes próximas ao negócio acreditam que chega a R$ 1 bilhão, o que significaria cerca de 3% da BRF.
Com apoio dos fundos Previ e Tarpon, dois dos principais sócios da empresa, e com o aval do governo federal, Abilio Diniz costura um acordo para se tornar presidente do conselho de administração da BRF, substituindo Nildemar Secches, responsável pelo crescimento da Perdigão e pela fusão com a Sadia. O nome de Abilio deve ser proposto pelos fundos na assembleia geral da BRF, que vai ocorrer em abril.
Abilio tenta até essa data se tornar um acionista relevante da empresa, com uma fatia próxima a 4%. No dia 31 de dezembro, pouco depois de começar a montar sua estratégia, o fundo Santa Rita tinha apenas cerca de R$ 75 milhões em ações da BRF. No dia 16 de janeiro, último dado oficial disponível, o valor chegou a R$ 280 milhões. O empresário vem comprando as ações pouco a pouco para evitar uma valorização excessiva.
Ontem, a corretora Link adquiriu R$ 350 milhões em ações da BRF. Segundo fontes do mercado, a operação teria sido feita a pedido do fundo Santa Rita, de Abilio Diniz. Por meio de sua assessoria de imprensa, o empresário não comentou o assunto. No dia 11 de janeiro, Abilio levantou R$ 1,5 bilhão com a venda de ações preferenciais do Pão de Açúcar, grupo fundado por seu pai, cujo controle foi vendido ao varejista francês Casino. Ele ainda detém 47,5% das ações ordinárias da Wilkes, a holding que controla o Pão de Açúcar, e segue como presidente do conselho de administração do grupo.
A expectativa de fontes envolvidas no caso é que a situação fique mais clara no dia 1º de fevereiro, quando ocorre a próxima reunião do conselho da BRF, a primeira desde as movimentações de Abilio. Os principais acionistas da companhia são os fundos de pensão estatais Previ e Petros, com 12% e 10% do capital, respectivamente, e o fundo privado Tarpon, com 10%.
Abilio Diniz teria sido convidado pelo Tarpon para tentar assumir a presidência do conselho de administração da BRF. Tarpon e Previ estariam insatisfeitos com a gestão da empresa, que consideram pouco agressiva. O empresário esteve em Brasília no fim do ano passado e conversou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o assunto. Segundo o Estado apurou, o governo federal apoia as intenções de Abílio.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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