A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) afirma, em nota, que as medidas anunciadas na quinta-feira (6) à noite pela presidente Dilma Rousseff para reduzir o custo da energia são uma "decisão histórica, que sinaliza um novo rumo para a energia e para o País". A entidade destaca que, com as medidas, o Brasil deixará o topo do ranking das energias mais caras do mundo, e o crescimento econômico pode ter um acréscimo superior a 8% até 2020.
Segundo a Abrace, essas medidas sinalizam um novo ciclo de desenvolvimento do País "com base em medidas estruturais que privilegiam a competitividade, com queda nos custos de produção". A Abrace afirma também que o corte de até 28% da tarifa das indústrias e de 16,2% para os consumidores residenciais "é um importante passo para reposicionar a energia no Brasil em seu patamar estratégico, que corresponde ao potencial de nossa matriz energética".
Conforme a Abrace, a expectativa é de que, na média, a indústria passe a pagar 20% menos pela energia elétrica. "Se essa redução se concretizar, com base nas medidas que serão detalhadas na próxima terça-feira pelo governo federal, o Brasil deixaria o topo do ranking das energias mais caras do mundo."
A Associação diz também que, segundo os dados dos preços da energia elétrica industrial divulgados em junho pela Agência Internacional de Energia (AIE), que considera os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com as novas medidas, o Brasil passaria à 20ª posição. "Esse é sem dúvida um resultado excepcional, mas que ainda nos deixa em posição de desvantagem em relação aos outros BRICs (Rússia, Índia e China)".
Ainda de acordo com a nota, a redução do custo da energia traz impactos imediatos na economia brasileira. A Abrace cita estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para o Projeto Energia Competitiva (PEC), que indica que, se as tarifas caírem em média 10%, considerando as contas da indústria e das residências, o Produto Interno Bruto (PIB) seria 5% maior até 2020, as exportações brasileiras aumentariam R$ 60 bilhões e seriam gerados 4,5 milhões de empregos no período.
"Se a redução média, considerando indústria e residências, chegar a 20%, estudo da Fundação Getúlio Vargas, também para o PEC, aponta para um crescimento adicional do PIB de 8%, também até 2020. Além disso, as exportações brasileiras aumentariam em US$ 130 bilhões e seriam gerados 5 milhões de empregos no período", conclui a entidade.
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