A Abril Educação anunciou ontem sua maior aquisição, que representará também a entrada definitiva da companhia no mercado de ensino de idiomas - setor que deve experimentar uma alta procura por causa da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. A Abril Educação pagou R$ 877 milhões pelo controle da Wise Up, rede de idiomas com 338 escolas, 76 mil alunos e que também administra as marcas You Move e Lexical no País.
A negociação vinha sendo costurada há vários meses e havia sido noticiada em agosto pela coluna de Sonia Racy - à época, a Abril negou a informação. O valor desembolsado é de 10,3 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Wise Up, que ficou em R$ 85,6 milhões no passado. Fontes do setor de educação dizem que se trata de um múltiplo adequado, já que as médias das aquisições do segmento costumam ficar entre 10 e 12 vezes a margem Ebitda.
Outra vantagem, segundo especialistas, é o fato de a Abril ter conseguido pagar parte do valor do acordo em ações e parcelar os desembolsos em dinheiro. A empresa pagará R$ 221 milhões à vista. Mais duas parcelas, de R$ 133 milhões cada, estão previstas para um prazo de quatro e cinco anos. O total pago ficou abaixo das expectativas para o negócio, de R$ 1 bilhão. A Wise Up era considerada um dos melhores ativos disponíveis do segmento.
De maneira geral, os números da operação da Wise Up se comparam positivamente em relação à média do negócios da Abril Educação quando fatores como retorno sobre o capital investido são levados em conta. Entre os atrativos do negócio estão a alta margem de lucro, acima de 50%, e o crescimento do faturamento, que aumentou 17% somente no ano passado.
A expansão da rede da Wise Up foi agressiva nos últimos quatro anos. A rede de franquias praticamente triplicou (passando de 120 para 338 escolas), movimento que foi acompanhado pela receita líquida (que passou de R$ 59 milhões para R$ 163 milhões). No mesmo período, o número de alunos aumentou pouco mais de 100%, passando de 35 mil para 76 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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