O governo grego vai chegar a um acordo com a delegação internacional de inspetores na reunião de 18 de outubro, embora o acordo final deva ser fechado pelos ministros de Finanças da zona do euro em encontro marcado para o fim de outubro, afirmou hoje Yannis Stournaras, ministro de Finanças da Grécia. Segundo ele, esse acordo vai pavimentar o caminho para o aguardado desembolso da parcela de resgate do país no começo de dezembro. "Precisamos concluir o pacote de austeridade, dentro do acordo que temos com os inspetores internacionais para a reunião do dia 18", afirmou. "Estimamos que o acordo final com o Eurogrupo será feito no final de outubro", completou.
A Grécia está em negociações com a delegação de inspetores da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu (BCE) - conhecida como Troica - desde o começo de setembro. As discussões se referem ao plano de austeridade de dois anos no valor de 13,5 bilhões. A Troica discorda de alguns pontos do plano de austeridade e quer que o país faça mais cortes de gastos no próximo ano do que o planejado pelo governo grego.
Um acordo sobre essas medidas, bem como sobre outras reformas estruturais, é a precondição para que a Grécia receba a próxima parcela de ajuda prometida pelos credores europeus e internacionais sob os termos do último resgate no valor de 173 bilhões e para garantir a possibilidade de extensão na redução das metas para o déficit nesse acordo de resgate. "Após o encontro do Eurogrupo, a parcela será desembolsada", afirmou Stournaras.
Enquanto isso, as discussões entre a Grécia e a equipe de inspetores da Troica continuam hoje e devem terminar amanhã. "Estamos próximos de chegar a um acordo, e espero que a reunião na próxima semana resolva a maior parte dos assuntos", informou ontem um funcionário do Ministério das Finanças que preferiu não se identificar.
As medidas incluem cortes em salários do setor público, pensões, pagamento de benefícios e aumento na idade para aposentadoria, que passaria de 65 para 67 anos. A Grécia também será obrigada a implementar 89 ações prioritárias - reformas prometidas que contemplam aumento nas tarifas de eletricidade para centenas de organizações do Estado - que ainda não foram colocadas em prática.
Essas e outras medidas devem ser votadas pelo Parlamento grego após a reunião da União Europeia, afirmou Stournaras. Com a probabilidade de enfrentar falta de caixa no fim de novembro, o governo grego quer garantir que a próxima parcela de ajuda chegue antes desse prazo. As informações são da Dow Jones.
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