O Índice Nacional de Confiança (INC), que avalia o ânimo do consumidor, caiu 15 pontos em junho, informou nesta sexta-feira, 05, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que produz o indicador em parceria com o instituto Ipsos. Com o recuo, o INC fechou junho com 138 pontos ante 153 pontos em maio. Na comparação com junho do ano passado, a queda foi de 19 pontos. O índice varia de 0 a 200 pontos - acima de 100 pontos denota otimismo e abaixo, pessimismo. De acordo com o presidente da ACSP, Rogério Amato, as manifestações que tomaram as ruas de São Paulo nas últimas semanas motivaram a queda.
"Essa queda de 15 pontos no INC foi muito influenciada pelas manifestações. Além desse índice, o da consulta de crédito também caiu bastante no mês. O motivo é simples. No momento em que tem essas passeatas, as lojas fecham mais cedo e as pessoas saem menos de casa para as compras, o que reduz a confiança nas compras, além de as compras por impulso cessarem", disse Amaro.
"Apesar de o momento financeiro atual não ter sido afetado, a confiança da situação financeira futura caiu significativamente. Se esse cenário não for revertido nas próximas pesquisas, a perspectiva de retomada das vendas no 2º semestre ficará comprometida", destacou o presidente da ACSP.
Nos diferentes estratos sociais, a classe C foi a mais otimista em junho, com 142 pontos, queda de 17 pontos na comparação com maio, quando tinha 159 pontos. Na sequência apareceram as classe A e B, que passaram de 142 para 132 pontos em junho. Já as classes D e E fecharam o mês com 122 ante 139 pontos em maio. "Em síntese, as classes C, D e E registram quedas mais acentuadas por terem os orçamentos mais vulneráveis", avaliou a ACSP em nota divulgada à imprensa.
A Região do País com o maior otimismo foi a Norte/Centro-Oeste, onde o índice passou de 184 para 151 pontos em junho. Depois figuraram a Região Sudeste, de 157 para 146 pontos; Sul, de 161 para 139 pontos; e Nordeste, de 138 para 121 pontos. A ACSP ressaltou a seca do Nordeste como agravante do INC na Região.
A pesquisa também mediu como os entrevistados veem sua situação financeira atual. Em junho, 45% a consideraram boa, mesma pontuação de maio. Aqueles que acreditam que a situação futura irá melhorar totalizaram 49% em junho, quatro pontos porcentuais menos que no mês anterior.
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