A AES Eletropaulo demitiu cerca de 150 funcionários nos últimos trinta dias, informou nesta quinta-feira o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, que acusa a empresa de realizar "demissões em massa", usando como justificativa a revisão tarifária.
Sem confirmar o prazo em que se deram os desligamentos, a companhia admitiu, em nota, o ajuste no quadro de funcionários, indicando que o movimento estaria, de fato, relacionado a uma readequação "à nova realidade que resultou do processo do 3º Ciclo de Revisão Tarifária". Salientou, no entanto, que a empresa tem mais de 6 mil profissionais como colaboradores. O processo de revisão tarifária levou a uma redução de 9,33% nas tarifas da companhia (efeito médio a ser percebido pelo consumidor) e a empresa já havia indicado que faria uma "reavaliação dos processos" para se ajustar ao resultado da revisão.
O sindicato, juntamente com a Força Sindical e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), têm uma reunião marcada para o fim da tarde desta quinta-feira com representantes da Eletropaulo para conversar as demissões.
Além disso, as entidades marcaram para a tarde de sexta-feira uma reunião com os trabalhadores para discutir sobre o assunto. Em boletim no qual convoca os funcionários ativos e demitidos, o sindicato disse lamentar que "um dia após o anúncio feito pela Presidenta da República, por melhorias na conta de luz, a Eletropaulo demita, de forma aleatória, atabalhoada e exclusivamente financista, um grupo de profissionais que carregam um conhecimento precioso para o bom atendimento à população deste serviço público essencial".
Chama, ainda, o governo do Estado de São Paulo e o governo federal a tomar parte na questão. "O governo federal não pode ser conivente, haja vista o BNDES é sócio majoritário da Eletropaulo e, portanto, o governo federal tem responsabilidade direta na administração desta empresa", afirmou.
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