Agência de classificação de risco S&P rebaixa nota do Brasil

24/03/2014 às 21:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:50

  A agência internacional de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) reduziu nesta segunda-feira (24) a nota de avaliação do Brasil de "BBB" para "BBB".   Apesar da queda, a nota do país continua no chamado grau do investimento -ou seja, de mercado considerado seguro para se investir. Mas está no menor nível dentro desse patamar, segundo os critérios de análise da agência.   Segundo a agência, a redução reflete a combinação da situação fiscal difícil no Brasil e uma piora nas contas externas.   De acordo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o rebaixamento não foi uma surpresa. "Investidores já esperavam que isso ocorresse em algum momento, o que, de certa forma, já vinha sendo embutido nos preços dos ativos brasileiros [como ações e juros]."   Ainda na avaliação de Perfeito, a mudança da nota mostra a desconfiança da agência de risco na capacidade do governo de cumprir o que tem prometido na área fiscal e, principalmente, as políticas conflitantes na área econômica.   "Temos, por exemplo, uma política fiscal frouxa [muitos gastos do governo] e uma política monetária apertada [aumentos constantes da taxa de juros para tentar conter a inflação]", diz.   Mas o economista ressalta um aspecto considerado positivo no anúncio de hoje da S&P: o fato de que a perspectiva para a nota do país, agora, passou de "negativa" para "neutra".   "Isso quer dizer que o Brasil tem cerca de um ano, tempo em que a agência costuma reavaliar as notas, para mostrar que consegue fazer os ajustes de que precisa."   A expectativa de um possível rebaixamento se arrasta desde o ano passado. Na última semana, representantes da S&P se reuniram com membros do governo para discutir as perspectivas das contas públicas.   A S&P foi a primeira agência a elevar o Brasil ao nível de grau de investimento, em 2008, tirando o país da lista de economias consideradas "especulativas".   Em junho do ano passado (2013), a companhia colocou a nota brasileira em observação, com possibilidade de rebaixamento.   Apesar das críticas aos erros das agência de risco na crise econômica mundial, essas avaliações ainda servem de parâmetro para grande parte do mercado internacional. 

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