(Marcelo Prates/Hoje em Dia)
Com 9,3% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, Minas Gerais permanece como a terceira força econômica do país, mas viu aumentar sua distância para o segundo no ranking, o Rio de Janeiro, que recebe vultosos investimentos em petróleo e gás.
Os dados divulgados na sexta-feira (22) pelo IBGE, referentes a 2011, revelaram que São Paulo, com 32,6% de participação no PIB nacional, permanece como a maior economia, mesmo após perder participação (em 2010 respondia por 33,1%). O Rio de Janeiro passou de 10,8% para 11,2% e o quarto, Rio Grande do Sul, caiu 6,7% para 6,4%.
A estabilidade da representatividade mineira, que também tinha 9,3% de participação em 2010, ocorreu após melhor desempenho do agronegócio e queda de participação da indústria. O agronegó-cio em 2010 respondia por 8,5% do PIB de Minas, e em 2011, 9,2%. A indústria atingiu 32,8% em 2011 ante 33,6% em 2010.
Para o analista do IBGE em Minas Gerais, Antônio Braz, a agregação de valor à produção agrícola, especialmente na produção de açúcar, grãos e sucos na região do Triângulo , colaborou para o resultado.
“O beneficiamento dos produtos agrícolas é onde temos grande espaço para crescer. O desenvolvimento deste setor tem potencial para elevar a participação do Estado”, disse.
No que se refere à indústria, Braz avalia que dada a posição intermediária de Minas geograficamente, os investimentos em infraestrutura rodoviária e ferroviária seriam a maneira mais eficaz de garantir robustez e competitividade.
Para o presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes, é necessário adotar medidas corretivas que possam estancar a chamada desindustrialização que afeta setores da indústria da transformação, principalmente. “Mudanças profundas na carga tributária e aportes em infraestrutura são essenciais para melhorar a nossa condição. Câmbio e juros já melhoraram”, disse. A Fundação João Pinheiro creditou a queda de participação da indústria no PIB de Minas Gerais à deterioração da economia global.