Alarmado com atraso, TCU alerta que obra de Confins não acaba antes da Copa

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
14/05/2013 às 06:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:39

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez mais um alerta sobre os sérios riscos de a ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, não ficar pronta até a Copa do Mundo de 2014. Em acórdão publicado no Diário Oficial da União da última segunda-feira (13), os ministros afirmaram estar alarmados com os atrasos verificados por auditoria nas obras do Terminal de Passageiros 1 (TPS-1).

Com capacidade para 10,2 milhões de passageiros por ano, o aeroporto já opera sobrecarregado. Para o ano do torneio de futebol, a projeção é receber 14 milhões de passageiros.

“Na presente fiscalização, foi detectada a existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços. A obra não tem apresentado ritmo condizente com o previsto, havendo risco de que os serviços não sejam finalizados a tempo de atender à competição da Fifa”, adverte o relatório.

Segundo o TCU, os serviços contratados para as obras de modernização do TPS-1 não vêm alcançando as etapas previstas no cronograma físico-financeiro, mesmo considerando a imple-mentação da nova metodologia de gerenciamento fruto do trabalho da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico de Engenharia (FDTE). “É uma situação que inspira atenção quanto ao ritmo dos trabalhos”, adverte.

De acordo com o TCU, sem levar em conta as alterações advindas do 1º Termo Aditivo, até dezembro de 2012 deveriam estar prontos 76,18% da obra (R$ 170, 6 milhões). Entretanto, foram realizados somente 19,44% (R$ 43,5 milhões).

 
 

O receio prevalece sobre o cronograma revisado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e acordado no 1ª Termo Aditivo, que mudou o prazo final para conclusão da obra de dezembro de 2013 para 27 de abril de 2014.

“Após a implementação da nova metodologia de gerenciamento, em dezembro de 2012, observa-se que a mesma ainda não se materializou como resultado na medição de janeiro de 2013, que deveria ser de R$ 7,3 milhões, e alcançou R$ 3,1 milhões (42,7% do previsto). Um ponto de preocupação é a necessidade de se alcançar um avanço financeiro mensal entre R$ 15 milhões a 18 milhões, pois se verifica que até o momento, conforme análise dos boletins de medição, o maior valor mensal realizado foi de R$ 6,4 milhões”, destaca o acórdão.

Na visita a Confins, o órgão fiscalizador avaliou ainda que o desenvolvimento do projeto executivo em paralelo à execução das obras pode comprometer o prazo. Um exemplo é a área do mezanino, onde havia eletrocalhas lançadas, porém com espaço insuficiente para o lançamento dos cabos, o que gerará a necessidade de reparos no serviço.

“Como os desenhos são liberados em parte ou com restrições, aumenta-se o risco do retrabalho”, ressalta. O TCU diz ainda que notificará a Infraero. Uma cópia do acórdão será encaminhada ao Ministério do Esporte, na qualidade de responsável pelo Grupo Executivo da Copa.

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