A principal contribuição para a desaceleração registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apurado para composição do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) veio do grupo Alimentação. De janeiro para fevereiro, o IPC recuou de 0,87% para 0,70%. No mesmo período, Alimentação saiu de 1,06% para 0,49%, puxada pelo comportamento do item hortaliças e legumes (de 3,81% para -1,24%).
Segundo a FGV, também foi registrado decréscimo nas taxas de variação de outras duas classes de despesas. O grupo Educação, Leitura e Recreação diminuiu o ritmo de alta de 2,92% para 1,91%, com contribuição do item cursos formais (de 6,12% para 2,68%). O grupo Transportes, por sua vez, saiu de 0,84% no primeiro mês do ano para 0,65% em fevereiro, com destaque para gasolina (de 1,75% para 0,04%).
Por outro lado, cinco classes de despesas apresentaram acréscimo nas taxas de variação entre janeiro e fevereiro. O grupo Habitação passou de 0,60% para 0,69%, influenciado principalmente por eletrodomésticos (de 0,07% para 1,39%). Já Vestuário subiu de -0,27% para -0,04%, com contribuição de calçados (de -0,68% para 0,71%). No caso do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, o avanço foi de 0,44% para 0,56% no período, impulsionado pelo item artigos de higiene (de -0,01% para 0,76%). A variação da classe Despesas Diversas passou de 1,70% para 2,21%, com destaque para cigarros (de 3,58% para 4,50%). Já o grupo Comunicação saiu de 0,02% para 0,21%, com especial contribuição de tarifa de telefone móvel (de 0,00% para 0,43%).
As maiores influências de baixa para o IPC na passagem de janeiro para fevereiro foram leite tipo longa vida (de -6,19% para -6,51%), batata inglesa (de 0,26% para -14,69%), tomate (apesar de diminuir o ritmo de deflação de -8,02% para -4,76%), camisa masculina (de -0,29% para -1,52%) e feijão carioca (de -4,40% para -6,12%).
A lista de maiores pressões de alta é composta por refeições em bares e restaurantes (de 0,63% para 1,02%), cigarros (de 3,58% para 4,50%), empregada doméstica mensalista (de 1,45% para 1,86%), tarifa de ônibus urbano (de -0,28% para 1,22%) e automóvel novo (de 0,8?% para 0,98%).
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou entre janeiro e fevereiro, ao passar de 0,70% para 0,44% no período. No âmbito do indicador, o grupo Mão de Obra recuou de 1,00% para 0,22%, enquanto o grupo relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços avançou de 0,37% para 0,68%, na mesma base de comparação.
Entre as maiores influências de baixa do INCC-M de fevereiro estão vergalhões e arames de aço ao carbono (de -0,01% para -0,43%), madeira para telhados (de 0,75% para -0,22%), tábua de 3ª (de 0,24% para -0,16%), tinta a óleo (apesar de diminuir o ritmo de deflação de -0,32% para -0,22%) e eletricista (de 1,09% para 0,00%).
Já entre as maiores influências de alta estão elevador (de -0,06% para 1,19%), taxas de serviços e licenciamentos (de 2,25% para 3,02%), servente (mesmo recuando de 1,13% para 0,39%), argamassa (de 0,09% para 1,49%) e tubos e conexões de PVC (de -0,61% para 1,95%).
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