Alta do emprego reduz procura na Região Metropolitana de BH

A redução da População Economicamente Ativa (PEA) e as medidas de contenção da produção na indústria, como férias coletivas, contribuíram para a redução da taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que em setembro foi de 3,8%, ante 4,2% em relação ao mês de agosto. É a menor taxa de desemprego para o mês desde o início da série histórica, em 2002. No país, o desemprego ficou em 4,9% frente 5% do mês anterior.   Entre agosto e setembro deste ano, 24 mil pessoas deixaram o mercado de trabalho na RMBH. Desde setembro do ano passado, foram 66 mil pessoas. Os dados são da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nessa quinta-feira (23).   O analista do IBGE Antonio Braz observa que, com a saída de pessoas da PEA, o mercado de trabalho deixa de ser pressionado. “Embora não se crie mais vagas, as pessoas também procuram menos emprego. Por isso, a taxa de desemprego se mantém baixa e até cai”, disse.   Ele considera que a redução da PEA está ligada a diversos fatores, entre eles, a maior competição. “Muitos optam por deixar o mercado para voltar aos estudos visando uma ocupação melhor no futuro”, afirmou.   O levantamento do IBGE aponta para um rendimento real do trabalho na RMBH, em setembro, de R$ 2.002,86, o equivalente a uma retração de 2,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, e de 1,8% contra o mês imediatamente anterior.   Na indústria, a pesquisa apontou taxa de desemprego de 3,5% (em agosto era de 2,3%). O diretor de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, avalia que a taxa poderia ser maior.    “Muitos segmentos, especialmente o automotivo, tomaram medidas como lay-off e férias coletivas, o que significa que trabalhadores estão tecnicamente empregados, embora não estejam produzindo. A tendência é que a taxa siga aumentando porque a economia não favorece a indústria”, disse.   O lay-off é a redução da jornada ou mesmo suspensão temporária dos contratos de trabalho. Quando isso ocorre, o governo federal paga parte do salário do trabalhador desde que ele esteja em cursos de qualificação.   Na comparação com agosto, além da indústria, foi apurada alta do desemprego na construção e no comércio. Por outro lado, houve redução nos setores de serviços, administração pública e serviços domésticos.   No cenário nacional, em que a taxa de desemprego de 4,9% também é a menor da história, Antonio Braz avalia que ocorreu o mesmo fenômeno percebido em Minas Gerais, de menor redução do contingente de pessoas procurando emprego.   Critérios para definição da PEA   A População Economicamente Ativa compreende o potencial de mão de obra com a qual pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada. Estão fora da PEA os desocupados que não procuram emprego, menores de 10 anos, estudantes que não trabalham e pessoas com funções domésticas não remuneradas. Esse contingente é chamado de população economicamente inativa.