O sinal verde da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para aviões de grande porte no Aeroporto da Pampulha só virá se a Infraero, que administra o terminal, fizer pelo menos cinco importantes intervenções na estrutura atual.
Segundo o órgão regulador, até o pavimento destinado no passado a estacionamento de aeronaves dentro da faixa de pista deverá ser demolido.
Em nota enviada ao Hoje em Dia, a Anac disse que o aval para jatos na Pampulha depende de adequações na largura da faixa de pista, assim como a retirada de obstáculos no local. A distância da posição de espera para decolagem também deve ser revista. A atualização de acordo operacional é outro ponto citado. Também é exigida a instalação de sinalização vertical.
Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, as exigências constam em relatório de inspeção inicial de certificação já enviado à estatal pela Anac. O documento está em análise pela área técnica. A Infraero ressaltou ainda que já há obras em curso no aeroporto com o objetivo de adequar a infraestrutura. Serviços como reforma dos sanitários, instalação de novas sinalizações do sistema de pistas e luzes de cabeceira e renovação de balcões de check-in devem ser concluídos até o final deste ano.
Lanchonete popular
Outra recomendação que já está encaminhada é a instalação de uma lanchonete com preços populares. Com o fim das operações da Azul em abril deste ano, o terminal ficou praticamente às moscas com o fechamento de várias lojas.
O vencedor da licitação para concessão da lanchonete com preços tabelados na Pampulha foi a JP Empreendimento Comercial LTDA, do empresário mineiro João Guimarães Filardi Júnior. Com lance de R$ 138,5 mil, mais do que o dobro da oferta básica inicial do certame, de R$ 60 mil, ele ganhou de duas empresas concorrentes e conquistou o direito à exploração comercial no pregão eletrônico.
Pelas regras, o contrato terá duração de cinco anos. Ainda há o pagamento de aluguéis e a cobrança de 9% sobre o faturamento bruto mensal.
O empresário, que já tem uma lanchonete popular no aeroporto de Fortaleza com o nome fantasia de Confraria do Café, não sabe dizer quando o empreendimento estará aberto ao público.
“O funcionamento depende da chegada de mais voos”, disse Júnior, mostrando-se otimista. “A Infraero já está providenciando adequações para que as grandes aeronaves possam voar lá. Para a população, ter uma ponte área ali será maravilhoso. Estou confiante de que tudo dará certo”, afirmou.
Prejuízo
Conforme o Hoje em Dia revelou na edição de 2/11, a Gerência Comercial do Aeroporto da Pampulha prospecta novos negócios e já projeta 1,5 milhão de passageiros em 2017. Para 2018, a estimativa é receber 2,2 milhões de passageiros. A Infraero espera que a volta dos voos comerciais com mais de 100 assentos movimente o aeroporto e possa estancar o prejuízo de cerca de R$ 18 milhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano.
O sonho da estatal é receber novamente aeronaves até Código C (Embraer 190, Airbus 318, Boeing 737-700), como acontecia antes de os voos serem transferidos para Confins. Atualmente, a autorização está restrita a aviões com até 70 assentos.