Anef prevê até 10% mais veículos financiados em 2013

Guilherme Waltenberg
18/01/2013 às 16:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:46

A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) projeta um aumento entre 6% e 10% neste ano para o saldo da carteira de financiamentos de carros e veículos comerciais leves para pessoa física nos bancos ligados à entidade. Esses bancos representam 52% de todos os financiamentos de automóveis feitos no País.

A previsão, explica o presidente da entidade, Décio Carbonari, segue a estimativa de crescimento entre 3,5% e 4,5% estimados para o setor em 2013 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "O financiamento de veículos cresce mais do que a venda de carros", justificou Carbonari.

A projeção da entidade é que, em 2012, tenham sido emitidos R$ 206,4 bilhões em créditos de financiamento para a compra de veículos nos bancos associados à Anef, cifra 2,5% superior à de 2011 (R$ 201 bilhões). O último levantamento da entidade, divulgado na quarta-feira (16), contabilizou apenas o período de janeiro a novembro e inclui todas as modalidades de veículos.

Apesar de prever que tenha havido crescimento no ano passado, Carbonari afirma que o ano não foi muito positivo. "O ano de 2012 não foi exatamente bom, especialmente para caminhões e automóveis. Antes da redução do IPI estava bastante amargo, ruim mesmo. Depois nós conseguimos um aumento de ano contra ano, mas nada surpreendente."

Para 2013, ele acredita que as medidas anunciadas pelo governo garantam uma melhora para o setor de financiamentos. "As concessões de portos e aeroportos (anunciados pela presidente Dilma Rousseff em 2012), apenas, já geram demanda por caminhões, ônibus e carros para frotas automaticamente. Além disso, a renda continua alta e o desemprego baixo. O efeito multiplicador deve constar na economia."

Modalidades de crédito

Entre 2008 e 2012, o valor das vendas de automóveis por leasing caiu de cerca de R$ 80 bilhões ao ano para perto de R$ 10 bilhões em 2012. De acordo com Carbonari, houve migração para o crédito direto ao consumidor (CDC), já que não houve redução no volume de vendas. "Progressivamente (o leasing) foi perdendo atratividade. As prestações (do leasing e CDC) são muito parecidas e com o CDC a pessoa evita os prazos predeterminados", afirmou. O CDC para compra de veículos representou em 2012, até setembro, 51% da carteira de crédito da Anef.

Nos últimos 12 meses até novembro de 2012, houve uma queda de 48,7% na emissão de leasing nos bancos ligados à Anef. Até setembro do ano passado, o leasing respondeu por apenas 2% do volume de vendas de crédito emitido por esses bancos.

Segundo Carbonari, as instituições financeiras deixaram de incentivar o leasing. "Elas acabavam responsáveis pelas contas dos clientes inadimplentes, que não pagavam os tributos dos carros, já que a propriedade só é transferida (da instituição financeira para o comprador) após o término dos pagamentos." Outro ponto que o executivo ressalta é que alguns clientes buscam pagar as parcelas antecipadamente. "Com o leasing isso é impossível, ele não pode liquidar o pagamento", destacou. "Além disso, há os gastos que o cliente tem ao final do prazo do leasing de passar os documentos para seu próprio nome."
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