Ao menos oito concorrentes entregaram nesta segunda-feira (23), propostas para o leilão de sexta-feira (27), da rodovia BR-040, que corta os Estados de Goiás e Minas Gerais, além do Distrito Federal. O leilão, último do ano, se mostrou o mais competitivo em relação ao número de participantes entre todos os realizados dentro do pacote de concessões rodoviárias do governo Dilma Rousseff.
O prazo para a entrega das propostas terminou ao meio-dia. O último lote de documentos chegou à sede da BM&FBovespa a quatro minutos do prazo final, com os executivos da Contern, controlada do Grupo Bertin, entrando correndo no prédio, com os pacotes embaixo dos braços. Eles vão participar sozinhos da disputa, em vez de consórcio.
Além deles, Triunfo Participações e Investimentos (TPI), Queiroz Galvão, CCR, EcoRodovias, Grupo Encalso, Invepar e Fidens enviaram representantes nesta segunda para a entrega dos documentos à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Até a semana passada analistas de mercado acreditavam em uma forte disputa pelo ativo e, dado o número de propostas entregues, a expectativa deve ser concretizada. A autarquia vai divulgar ainda nesta segunda as empresas e consórcios habilitados a participar do leilão.
A BR-040 possui 936,8 quilômetros de extensão desde o entroncamento com a BR-251/DF-001 no Distrito Federal até o início do trecho administrado pela concessionária Concer, que é controlada pela Triunfo. Por conta dessa situação, a companhia é uma das grandes favoritas no leilão de sexta-feira pelas sinergias que ela pode obter na administração do trecho que é um prolongamento de sua atual concessão.
O vencedor do leilão vai realizar obras de recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade da rodovia. O prazo de concessão é de 30 anos e os investimentos estão estimados em cerca de R$ 8 bilhões. Como nas rodadas anteriores, vencerá o leilão quem ofertar a menor tarifa de pedágio.
O governo já tentou leiloar a BR-040 no fim de janeiro de 2013, mas foi postergado em meio a sinalizações da iniciativa privada de problemas do projeto. Desde então, intensas negociações entre representantes dos investidores e governo tornaram a concessão mais atrativa. Houve aumento da taxa interna de retorno (TIR), de 5,5% para 7,2%, e premissas de crescimento da economia brasileira do tráfego mais conservadoras.
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