A Vale manterá seu extenso plano de corte de despesas, que só no primeiro trimestre gerou uma economia de R$ 2,5 bilhões.
O plano consiste na revisão das operações de metais básicos, que culminou no fechamento de duas minas com alto custo de produção no Canadá e na redução da compra de minério de ferro de terceiros.
Medidas internas também estão em andamento, como redução de gastos com viagens de executivos. Parte dos planos de investimentos no setor siderúrgico, como na CSU (ES) e Alpa (PA), está congelada.
Competitividade
Durante a teleconferência sobre os resultados financeiros, realizada na última quinta-feira (26), o presidente da companhia, Murilo Ferreira, disse que a empresa se esforçará para se manter entre as mais competitivas do mundo e que é incompatível com o cenário atual manter operações com baixo retorno.
“A otimização da produção impede minas de custo elevado em um ambiente de preços reprimidos”, afirmou.
Ferreira também comentou sobre os planos da Vale no setor de aço, assunto delicado dentro da companhia, que vive sob especulações de interferência governamental no intuito de pressionar a empresa a investir no setor.
Siderurgia
Sobre a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), em Anchieta, no Espírito Santo, ele disse que “não é o momento de analisar o projeto”.
A CSU foi planejada para produzir 5 milhões de toneladas de aço ao ano, mas enfrentou forte oposição ambiental e social. A Vale tentou um parceiro para o projeto, mas sem sucesso.
Outro caso é o da usina Alpa, em Marabá, no Pará. A Vale já realizou a terraplenagem do local, mas parou o investimento esperando soluções logísticas do governo para o recebimento de matéria-prima e escoamento da produção.