O Bradesco desistiu de comprar a Credicard, em processo de venda pelo Citibank, segundo fontes próximas às negociações. O banco havia oferecido cerca de R$ 3 bilhões para ficar com o negócio de cartões, mas não obteve resposta à proposta, cujo prazo expirou no final da semana passada, conforme as mesmas fontes. "O Bradesco fez uma proposta agressiva, mas não obteve resposta do Citibank e, por isso, desistiu de comprar a Credicard", confirmou a fonte.
O anúncio oficial da desistência deve ser feito nesta segunda-feira (6). Oficialmente, o Bradesco não confirmou se havia entregado a proposta de interesse pela Credicard. Durante teleconferência para comentar seus resultados do primeiro trimestre com a imprensa, no dia 22 de abril, o diretor executivo do Grupo Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, disse que, como o foco do banco é varejo, todas as oportunidades existentes nesse segmento são avaliadas.
O Santander também pode ter desistido de comprar a Credicard, segundo fonte ouvida pela Agência Estado. Marcial Portela, até então presidente do banco espanhol, disse, durante divulgação de resultados da empresa, que não existiam outras oportunidades de aquisição no País a não ser a que está em andamento, referindo-se à Credicard. No entanto, não confirmou se o Santander entregou proposta para adquirir a Credicard, cujo prazo de envio terminou dia 12 de abril.
Caso o espanhol tenha realmente desistido da Credicard, restaria apenas o Itaú Unibanco na disputa. Foi o único banco que confirmou oficialmente a entrega da proposta. Em conversa com analistas na semana passada, o Itaú Unibanco reafirmou o seu interesse pela compra da Credicard e sua pretensão de ganhar a disputa pelo ativo. "Temos uma posição de liderança em cartões. Temos interesse, é claro, na operação que está sendo ofertada pelo Citibank. Estamos competindo. Vamos fazer força para ganhar dentro daquilo que traga retorno para os nossos acionistas", disse Alfredo Egydio Setubal, vice-presidente executivo e diretor de RI, em teleconferência com analistas, na última quinta-feira.
Segundo ele, embora o objetivo do Itaú seja adquirir a Credicard, o banco não vai fazer nenhuma "loucura" acima do que é razoável em termos de retorno para os seus acionistas. Setubal destacou, ainda, que se trata de uma operação que o Itaú conhece bem. O banco tem interesse em retomar o negócio, pois vendeu 50% da empresa ao Citi no final de 2006, por R$ 280 milhões.
Com sete milhões de clientes, a Credicard é vista como uma oportunidade para a participação do vencedor no setor de cartões. A empresa tem 4,7 milhões de cartões de crédito, respondendo por cerca de 10% do faturamento do setor no País. O negócio inclui ainda uma área de financiamentos que engloba os segmentos de crédito ao consumo (incluindo consignado) e imobiliário. O Banco do Brasil, que participou de grande parte do processo, chegou a cogitar fazer uma proposta em parceria com o Bradesco, mas também desistiu do negócio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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