(Maurício de Souza)
RIO DE JANEIRO - A ArcelorMittal planejou a retomada do projeto de duplicação da capacidade de produção em João Monlevade, na região Central de Minas Gerais, em módulos. Como a demanda não justifica o investimento total, que ampliaria a capacidade de 1,2 milhão de toneladas ao ano para 2,4 milhões de toneladas, a empresa dividirá o aporte em várias etapas.
Hoje operando com 95% de sua capacidade, a empresa não quer correr o risco de perder mercado em caso de uma alta na demanda. As informações são do CEO de aços longos do grupo anglo-luxemburguês para as Américas, Jefferson de Paula.
O plano está orçado em US$ 1,2 bilhão e restam a ser investidos US$ 800 milhões. As obras foram iniciadas, mas a empresa não contava com o agravamento da crise internacional que derrubou a demanda e gerou excesso de oferta de aço. Este cenário desfavorável acarretou o congelamento do aporte em novembro de 2011.
No ano passado, a empresa chegou a cogitar a retomada, mas a demanda não cresceu como o projetado pela Arcelor. “Estamos atentos e vamos investir quando houver mercado. O plano agora é dividir o investimento em etapas porque não podemos e não vamos perder mercado”, observou Jefferson de Paula. O market-share da companhia no segmento de aços longos no Brasil é de 33%.
Uma parte considerável dos equipamentos da nova linha de produção já foi adquirida e está estocada. As obras gerariam a abertura de 6 mil empregos. Antes da paralisação duas mil pessoas estavam mobilizadas no canteiro de obras.
A Prefeitura de João Monlevade estimava uma alta de R$ 500 mil mensais na arrecadação de impostos com o aumento da produção.
Outro plano da empresa postergado, porém ainda sem previsão de retomada, refere-se a Juiz de Fora, na Zona da Mata. Seriam injetados R$ 30 milhões na unidade com o intuito de integrar o mix de produtos coma unidade de João Monlevade. O CEO de aços longos da empresa para as Américas preferiu não prever um prazo para que o investimento seja realizado.
Crise
A crise foi severa com a ArcelorMittal. Duas agências de classificação de risco (rating), a Moody’s e a Standart & Poors rebaixaram a nota da companhia para o grau especulativo. A siderúrgica é, de longe, a que possui maior capacidade de produção no mundo. Nas operações do Brasil, no entanto, não foram registradas demissões.
(*) O repórter viajou a convite do IABr
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