Ata do Copom volta a falar em estabilidade da Selic

Célia Froufe e Eduardo Cucolo
06/12/2012 às 11:53.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:07

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, repetiu o comunicado que se seguiu à decisão de manter a Selic em 7,25% ao ano na reunião dos dias 27 e 28 de novembro.

De acordo com o documento, os diretores entendem que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear.

A avaliação foi feita levando-se em consideração o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a "complexidade" do ambiente internacional.

Na ata, o BC salienta também que o balanço do setor público tem se deslocado de uma posição neutra para expansionista. No documento, os diretores citam que o "frágil cenário internacional" é um importante fator de contenção da demanda agregada.

O Copom considerou que os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, em particular os derivados do processo de desalavancagem que ocorre nos principais blocos econômicos. "Nesse contexto, apesar de identificar recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo", disseram os diretores.

De modo geral, a avaliação do Comitê é a de que as perspectivas de atividade global moderada mantiveram-se inalteradas. O colegiado considerou que, nas economias maduras, o espaço para utilização de política monetária parece "limitado". Além disso, prevalece um cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. "Já em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade tem se intensificado, amparado pela resiliência da demanda doméstica", apontaram os diretores.

O Comitê destacou, ainda, que as evidências de moderação de pressões localizadas de preços no segmento de commodities agrícolas decorreram de um choque desfavorável de oferta. Essas pressões haviam surgido entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano.

Superávit

O Copom manteve a expectativa de geração de superávit primário em torno de 3,10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. A mudança, dessa vez, foi o acréscimo da expressão "com ajustes". O adendo foi acrescido após o governo anunciar que levará em conta os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para atingir sua meta.

A primeira vez que o governo admitiu que fará o abatimento foi em uma entrevista do ministro da Fazenda, Guido Mantega, concedida à Agência Estado. Além disso, o colegiado informou que trabalha com a hipótese de cumprimento do superávit de cerca de 3,10% do PIB sem ajustes para o próximo ano e também em 2014, conforme os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
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