CDL reforça que próximo trimestre é marcado por datas comemorativas como Dia das Crianças, Black Friday e Natal
Pela primeira vez, em mais de dois anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa de juros básicos da economia em 0,25 ponto percentual. Agora a Selic está em 10,75% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro. No entanto, a medida preocupa o setor de comércio e serviços da capital mineira.
Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o reajuste pode impactar as atividades econômicas, especialmente, no próximo “super trimestre”, marcado por datas comemorativas como Dia das Crianças, Black Friday e Natal.
Para o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, o aumento da taxa restringe o crédito e reduz o poder de compra dos consumidores. "Isso resulta em uma queda de demanda por bens e serviços e aumento dos custos operacionais para as empresas. Com juros altos, os consumidores tendem a reduzir gastos, o que pode levar a uma queda nas vendas no varejo e em serviços relacionados", afirmou.
Marcelo de Souza ainda fez questão de destacar a proximidade com as datas que mais movimentam o comércio. "Esse aumento dos juros, ainda que seja para controlar uma pressão inflacionária, pode ter reflexos no desempenho das vendas de fim de ano”, acrescenta o presidente da CDL.
O dirigente ainda diz que, além do aumento da Selic, o equilíbrio fiscal deve ser pauta prioritária do governo. “O compromisso em equilibrar as finanças públicas, reduzir gastos e aumentar as receitas ajudaria a manter as boas expectativas com a melhora na intenção de consumo das famílias, recuperação da renda e queda do endividamento. O comprometimento do governo é fundamental para que isso aconteça e não esmague o crescimento dos setores econômicos”.
A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação fizeram o Banco Central (BC) elevar os juros. Por unanimidade, o Copom aumentou a Selic.
A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano.
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