(Flávio Tavares)
A gasolina e o diesel vão ficar mais caros para os brasileiros nos próximos dias. A Petrobras anunciou, no apagar das luzes de terça-feira, o reajuste de 6% para a gasolina e de 4% para o diesel. Ainda não há estimativas oficiais sobre os impactos do reajuste para os consumidores, mas em alguns postos de Belo Horizonte o litro da gasolina ficou R$ 0,30 mais salgado, o equivalente a 10%.
No último aumento, em novembro do ano passado, o reflexo nas bombas girou entre 2% e 2,5%. Dessa vez a alta é maior porque, de acordo com comunicado da empresa, os preços sobre os quais incidem o reajuste não incluem tributos federais, como Cide e PIS/Cofins.
No posto Via Liberdade, em Lourdes, o litro do combustível saltou de R$ 3,09 para R$ 3,3990, aumento de 10%. No Posto do Papai, no Floresta, o preço foi de R$ 3,14 para R$ 3,359, elevação de 7%. No Posto Estoril, passou de R$ 3,34 para R$ 3,49, alta de 4,5%.
Além do repasse do aumento nas refinarias, o preço da gasolina deve subir por conta do reajuste do etanol até o fim do ano, quando começa a entressafra da cana-de-açúcar. Vale lembrar que a cada litro de gasolina, 270 ml são de etanol anidro, ou seja, 27%.
O Sincopetro-SP, representante dos donos de postos de gasolina de São Paulo, informou que o preço do combustível foi reajustado pelas distribuidoras ao primeiro minuto de quarta-feira (30) ao mesmo tempo em que os combustíveis ficaram mais caros nas refinarias da Petrobras.
Para o dono do posto, que adquire o produto nas bases de distribuição, a alta está variando de R$ 0,17 a R$ 0,20 por litro do combustível, segundo a instituição.
Em Minas Gerais, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (MinasPetro) se limitou a informar, em nota, “que o Sindicato não opina nem interfere em questões relacionadas a preços de combustíveis; e que o sindicato preza pela livre concorrência e pela livre iniciativa e que repudia qualquer prática contrária a tais valores”.
Situação frágil
Esse é o primeiro reajuste de preços nos combustíveis na gestão de Aldemir Bendine, que assumiu a petroleira em fevereiro com a missão de recuperar a empresa. Apesar da preocupação com a economia, prevaleceu o diagnóstico sobre a gravidade da situação da companhia. No dia 10 de setembro, a estatal perdeu o grau de investimento da agência de classificação de risco Standard &Poor’s, afetando seu acesso ao crédito no mercado internacional.
Desde então, o agravamento da crise política e a cotação do dólar acima de R$ 4 agravaram ainda mais a situação da petroleira.
O endividamento explodiu em 2010, quando o governo passou a conter o reajuste de preços como forma de evitar uma alta da inflação no país
(*) Com agências