Azevêdo visita Argentina para agradecer apoio para OMC

Ariel Palacios, correspondente
14/01/2013 às 22:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:37

O candidato brasileiro ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Azevêdo, reuniu-se nesta segunda-feira em Buenos Aires com o vice-chanceler argentino, Eduardo Zuaín, e com a secretária de Relações Econômicas Internacionais do Palácio San Martín, sede da diplomacia local, Cecília Nahón.

O ministro da Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, ao contrário do que havia sido programado, não pôde receber o diplomata brasileiro. O objetivo da visita de Azevêdo à Buenos Aires foi agradecer ao governo da presidente Cristina Kirchner o respaldo formal da Argentina à sua candidatura para o comando da OMC.

Mudança

A posição argentina de respaldar uma candidatura brasileira a um posto de comando de uma entidade internacional indica uma mudança em relação à postura assumida pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que ao longo de seu governo - com inveja pela crescente liderança do Brasil na região - torpedeou as aspirações brasileiras de ter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Na época, Kirchner tampouco apoiou a candidatura do brasileiro Luiz Felipe de Seixas Correa à presidência da OMC.

O então presidente argentino, diante da ostensiva presença do governo Lula em diversas frentes internacionais, havia dito: "se há um posto vazio na OMC, o Brasil o quer. Se há um lugar na ONU, o Brasil o quer. Se há um lugar na FAO, o Brasil também o quer para ele. Ora, se até queriam ter um papa brasileiro!"

Em 2005, Kirchner irritou-se com o plano brasileiro de desenvolvimento da Comunidade Sul-Americana de Nações (CSN). A entidade, criada com as bênçãos do governo Lula, posteriormente foi rebatizada de União das Nações Sul-americanas (Unasul).

Kirchner dizia na época que a entidade não era prioritária, pois era necessário antes "resolver o déficit institucional do Mercosul". Paradoxalmente, meia década depois, em maio de 2010, cinco meses antes de morrer, Kirchner transformou-se no primeiro secretário-geral da Unasul, entidade que inicialmente havia criticado.
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