Bancos já oferecem crédito para pagar o 13º salário

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
30/10/2013 às 06:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:45

Com a proximidade da data limite para pagamento da primeira parcela do 13º salário do trabalhador, bancos já oferecem linhas de crédito para empresas de pequeno e médio porte que precisam recorrer a empréstimos para quitar a obrigação trabalhista. No geral, quanto mais estreito o relacionamento com a instituição bancária, melhores as condições de pagamento e mais baixos os juros. Porém, em um cenário de escalada da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 9,5% ao ano, os empréstimos estão mais caros neste ano. Portanto, vale a velha dica de pesquisar e comparar as opções disponíveis no mercado.    “Acreditamos que as pequenas e médias empresas são fundamentais no processo de crescimento do país. Vamos investir de maneira constante no segmento”, afirma o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza. Só nos últimos dois anos, a carteira de crédito às empresas de pequeno e médio porte cresceu 30,8% no Santander. Para 2013, o banco disponibilizou R$ 2 bilhões para empresários realizarem o pagamento do 13º aos seus funcionários.    Bônus   A contratação acontece por meio da linha de crédito Giro Bonificado, que beneficia o pagador adimplente e pontual. Quem quitar as mensalidades em dia, poderá ter até quatro parcelas bonificadas. O empresário que pagar com atraso perde o direito ao abatimento. Os juros são a partir de 1,07% ao mês e há até três meses de carência para o pagamento da primeira parcela. O prazo para quitar o empréstimo varia de 18 a 36 meses. As linhas são disponibilizadas conforme aprovação de crédito.   O Itaú também reabriu sua linha de crédito destinada às empresas para o pagamento do 13º salário, além de contratação de mão de obra extra e outras despesas típicas de fim de ano. A expectativa é de superar R$ 5,2 bilhões em empréstimos. Os empresários terão até 60 dias para pagamento da primeira parcela e um prazo de até 48 meses para quitação da dívida. As condições e os juros, entretanto, variam conforme as garantias oferecidas e as características de cada negócio.    “O aumento da demanda por crédito no 4º trimestre é uma característica das pequenas e médias, pois elas são mais suscetíveis às sazonalidades de mercado”, afirma o diretor de Produtos Para Empresas do Itaú Unibanco, Carlos Eduardo Maccariello.    54% do abono irão para o consumo   O 13º salário injetará R$ 12,7 bilhões na economia mineira. Segundo levantamento da Fecomércio-MG, cerca de 8,5 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas em todo o Estado serão beneficiados. O recurso extra tem destino certo. De acordo com pesquisa da entidade, 54,4% do dinheiro, ou R$ 7 bilhões, serão empregados no consumo, movimentando o comércio de bens, serviços e turismo. E quase R$ 3 bi deverão ser usados para os pagamentos de dívidas, correspondendo a 23,2% do total.   Liquidar estoque é opção de capitalização   O custo mínimo na linha de crédito que financia o 13º para as empresas também ficou mais alto no Banco do Brasil. Neste ano, a taxa mínima é de 1,19% ao mês. Em 2012, era de 0,98%, mais a variação da Taxa Referencial (TR).    No total, o BB quer emprestar R$ 1 bilhão, sendo cerca de R$ 150 milhões para clientes em Minas Gerais. O empréstimo pode ser contratado até 30 de dezembro e o prazo de pagamento é de até 13 parcelas. Na última temporada, o volume de negócios realizados alcançou R$ 868 milhões, envolvendo mais de 25 mil empresas.   No Bradesco, a linha de crédito possibilita o financiamento de até 100% do valor da folha de pagamento relativa ao 13º salário, bem como despesas de fim de ano da empresa. As taxas de juros são de a partir de 1,82% ao mês, e o prazo para quitar a dívida pode chegar a 16 meses. As condições, porém, variam conforme a garantia. Segundo o analista de finanças do Sebrae-MG, Arnou dos Santos, o patamar mais alto da Selic está refletido nas taxas cobradas pelos bancos.    “Como o custo do empréstimo está maior, o empresário, mais do que nunca, deve saber suas reais necessidades. Antes de assinar contrato, deve levantar o montante de que precisa e sua capacidade de pagamento”, diz.    Outra possibilidade para evitar a contratação de dívidas é levantar a quantidade de produtos que a empresa tem em estoque e fazer campanhas promocionais para colocar dinheiro em caixa. “Assim, ele pode evitar, ou pelo menos diminuir, o volume emprestado”, recomenda.

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