As informações da conta de luz podem ser fortes aliadas para o consumidor que quer economizar com energia. Está em vigor desde o início do mês, em caráter de teste, um sistema de bandeiradas tarifárias, impresso nas contas de luz, que mostra a composição de preços da energia fornecida. Por meio dele, o consumidor será informado sobre o acionamento de térmicas – cujos custos são superiores aos das hidrelétricas – e poderá reduzir o consumo para não pagar mais. A ferramenta, elaborada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está em uso apenas para que o consumidor se acostume com o novo sistema. Em janeiro do ano que vem as bandeiradas começarão a valer e refletirão o preço da energia efetivamente pago no mês. Nas contas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a mensagem com a bandeira vigente no mês aparece no campo de valores cobrados em forma de texto. O sistema é simples. Se os reservatórios das hidrelétricas estiverem baixos e for necessário ligar muitas usinas térmicas, encarecendo a tarifa, as bandeiras que aparecerão na conta serão amarelas ou vermelhas. A bandeira amarela significa que, no mês de recebimento da conta, será acrescido R$ 1,50 ao preço da energia a cada 100 quilowatt-hora (KWh) consumidos. Já com a bandeira vermelha, esse acréscimo será de R$ 3. Quando a bandeira for verde, não haverá acréscimos ao valor básico do KWh. Reajuste O sistema de bandeiras altera, também, a forma como o valor oneroso das térmicas é repassado às concessionárias. Antes da ferramenta, o custo era quitado pelas estatais mensalmente e rateado entre clientes da concessionária no reajuste tarifário, realizado uma vez por ano para garantir às distribuidoras a receita adequada para cobrir todos os gastos. Agora, esse reajuste será mensal. Na avaliação do gerente de Planejamento do Relacionamento Comercial com Clientes de Distribuição da Cemig, Sergio Mourthé, a mudança de hábito dos consumidores pode ajudar a manter os reservatórios mais cheios. Como consequência, haverá redução no uso das térmicas. “Antes da bandeirada, os consumidores não tinham a informação de que a energia estava cara. Agora, certamente haverá moderação no uso”, disse. Para as concessionárias, a mudança também é vantajosa, já que o reajuste anual debilitava o fluxo de caixa das empresas.