BC: déficit na conta de turismo não deve cair em 2014

Anne Warth e Eduardo Cucolo
18/12/2013 às 23:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:54

Os gastos de estrangeiros no País durante a Copa do Mundo de 2014 vão contribuiu para aumentar a receita nacional com turismo no próximo ano, segundo o Banco Central. Esse dinheiro, no entanto, não será suficiente para reduzir o déficit que o Brasil registra na sua conta de viagens internacionais. Nas contas do BC, as despesas dos brasileiros fora do País vão superar as receitas com turismo em US$ 18,6 bilhões em 2013. Em 2014, mesmo recebendo mais turistas estrangeiros, essa diferença ficará em US$ 19 bilhões. Os dois valores são recordes. A instituição não divulga as previsões para receitas e despesas com turismo, apenas o saldo final.

A conta de turismo é responsável por cerca de 20% de todo o déficit externo brasileiro. O saldo comercial do País estimado para 2014, por exemplo, só paga metade dessa conta. A remessa líquida de dólares com viagens também é praticamente o dobro do que o País gasta com juros da sua dívida externa.

Em setembro, o BC previa um déficit com viagens pouco menor em 2013 (US$ 17,2 bilhões), mas a desaceleração esperada para esses gastos não se confirmou nos meses seguintes. "Só agora é que a gente está vendo esses sinais mais nítidos de moderação na conta de viagens internacionais. Apesar da oscilação de câmbio em junho e julho, o impacto disso foi mais recente", afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

Ao falar em moderação, Maciel disse se referir à taxa menor de crescimento nos gastos que chegou a 20% em meados do ano e está em 14% no acumulado entre janeiro e novembro, em relação ao mesmo período de 2012. Lembrou ainda que o déficit de viagens deve crescer 2% em 2014, depois de avançar 19% em 2013, nas previsões do BC.

Crescimento moderado.

Alexandre Fialho, diretor da distribuidora de câmbio Cotação, avalia que a demanda por dólares para viagens vai depender do comportamento da moeda estrangeiro no próximo ano. "No câmbio atual, se não houver muita volatilidade, a gente vê em um ano bom para 2014. Continuamos acreditando em crescimento, mas vai ser mais moderado", afirmou.

Fialho recomenda que o viajante compre a moeda estrangeira com antecedência e de forma parcelada, para reduzir o risco de se adquirir a divisa no pior momento. Também não recomenda concentrar gastos no cartão de crédito, que além de imposto maior joga o risco cambial para o dia do vencimento da fatura. "A gente continua orientando que se programe a viagem. Quem está comprando agora é quem vai viajar em fevereiro, março. E que a maioria dos gastos sejam com compra antecipada da moeda."
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