No Brasil, o Dia Nacional do Idoso é comemorado em 1º de outubro (Sabine van Erp/Pixabay - Idosos)
Pesquisa divulgada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas da capital mineira (CDL/BH) aposta que os belo-horizontinos estão devendo mais - valor médio devido é de R$ 4.558,37, cerca de 3,5 salários mínimos. E que mulheres e idosos são os que possuem mais contas em atraso.
De acordo com o levantamento da organização, desde dezembro do ano passado até o último mês de maio, tem sido observado um crescimento mensal de 1,2% referente ao valor médio das dívidas. No último mês de 2022, o valor médio era de R$ 4.283,69.
A pesquisa da CDL/BH foi feita com base nos dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e mostra que em maio deste ano a inadimplência entre os moradores da capital cresceu 5,81%. No mesmo período do ano passado, o indicador estava em 4,83%. Na análise mensal (de maio a abril) o avanço foi de 1,96% em 2023.
“A inadimplência vem apresentando alta desde janeiro de 2022, com seus maiores picos em agosto e setembro do ano passado. Ainda que o mercado de trabalho venha melhorando ao longo dos meses, assim como a massa salarial, a inflação elevada, a alta taxa de juros e endividamentos provocados pela pandemia têm dificultado a negociação das dívidas das famílias”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Principais devedores
A população entre 65 e 95 anos apresenta maior inadimplência (15,81%). Redução da renda (por conta da aposentadoria) e despesas mais altas com saúde favorecem o endividamento. De acordo com o levantamento, os jovens entre 18 e 24 anos são a faixa populacional com menor inadimplência (-1,68%).
“Esse grupo ocupou as principais vagas de emprego geradas nos últimos meses, tiveram sua renda aumentada e, com isso, conseguiram honrar com os compromissos financeiros”, afirma o presidente da CDL/BH.
Em relação aos gêneros, as mulheres estão mais inadimplentes (5,41%) que os homens (3,48%). A taxa de desemprego entre o gênero feminino é superior ao masculino, sendo que no quarto trimestre de 2022 o índice de desemprego entre elas foi de 9% e, entre eles, de 5,7%. Além disso, outro fator que influencia no aumento da inadimplência entre as mulheres é a disparidade salarial entre os sexos. Enquanto o salário médio dos homens é de R$ 4.225, as mulheres recebem R$ 3.221, uma diferença de 36,25%.
Dicas para evitar endividamento
Para se esquivar da inadimplência e também dos juros altos, afinal, eles são os vilões que afetam a saúde financeira, é essencial planejar o uso da renda.
“Precisamos mudar a forma como nos relacionamos com o dinheiro. O consumidor deve analisar de forma consciente e crítica seus gastos, ponderar cortes e saber que o velho hábito de gastar tudo o que ganha é o caminho mais curto para acumular dívidas”, alerta Marcelo de Souza e Silva.
Ana Paula Bastos, economista da CDL/BH, destaca ainda que a falta de planejamento financeiro em um cenário de alta inflação e juros elevados pode ser o estopim para uma crise financeira.
“A maioria das pessoas ainda não aprendeu a se relacionar de forma saudável e consciente com o dinheiro. Muitos gastam mais do que ganham, não analisam seu orçamento e, com isso, geram uma crise nas finanças da casa. É fundamental que as famílias entendam não apenas a sua realidade financeira, mas também a do país. Ao realizar compras, especialmente as parceladas, é preciso avaliar a incidência de juros, impacto do valor das parcelas no orçamento e prazo de pagamento ”, aconselha.