O banco norte-americano Bank of America Merrill Lynch (BofA Merrill)cortou as projeções para o crescimento do Brasil este ano. A expectativa anterior era de expansão de 3,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) e agora o banco projeta alta de 2,9%. O consumo interno fraco foi uma das justificativas para reduzir as previsões. Para 2014, a previsão é de atividade crescendo 3,4%.
A previsão da instituição dos Estados Unidos é que o ritmo de expansão da economia brasileira se acelere nos próximos trimestres, depois do fraco começo de ano. No segundo trimestre, a economia deve crescer 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, acima dos 1,9% do primeiro trimestre. Para o terceiro e quarto trimestres, a previsão é de expansão de 3,2% e 3,8% do PIB, respectivamente.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 12, em um relatório sobre previsões econômicas do banco norte-americano apresentadas em entrevista à imprensa em Nova York.
Para a inflação, a expectativa é de que o IPCA fique em 5,6% neste ano. O economista responsável por mercados emergentes do BofA Merrill Lynch, Alberto Ades, disse que a surpresa do ano até agora no mundo em desenvolvimento foi a inflação alta no Brasil e a resistência do indicador em cair, enquanto outros países estavam com preços controlados. Mas o banco projeta a partir do segundo semestre "uma queda significativa" da inflação.
Em um gráfico mostrado pelo BofA Merrill Lynch durante a entrevista, com 20 países emergentes, o Brasil foi o único a aumentar os juros este ano. Ades afirmou que até países em que não se esperava um corte de taxas fizeram o movimento neste primeiro semestre. "Houve vários cortes de juros que não estávamos esperando para este ano, como na Colômbia, Israel, Turquia e México."
Emergentes e desenvolvidos
Para os mercados emergentes como um todo, a previsão é de crescimento maior do que para os países desenvolvidos, mas menor do que o potencial de muitos mercados, destacou o economista. O BofA projeta expansão de 4,9% para os emergentes, melhor do que a economia mundial, com expansão prevista de 3%. A China deve se expandir 7,6%.
No mundo desenvolvido, os Estados Unidos devem crescer 1,8%, menos do que se esperava, sobretudo por causa dos efeitos dos cortes automáticos de gastos públicos na atividade, e o Japão, 1,7%. Já a zona do euro deve encolher 0,6%, a única região do mundo em recessão este ano.
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