BOJ dobrará base monetária para atingir inflação de 2,0%

Agencia Estado
04/04/2013 às 09:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:31

O Banco do Japão (BoJ) afirmou que vai mudar seu regime de política monetária para ter como foco a base monetária, em vez do nível das taxas de juros dos empréstimos overnight entre bancos comerciais. Com isso será revertida a estrutura adotada sete anos atrás.

No fim da reunião de política monetária de dois dias, o banco central prometeu atingir a meta de uma taxa de inflação de 2,0%, de cerca de zero atualmente, "no momento mais cedo possível" dentro de um prazo de "cerca de dois anos". Esse prazo já havia sido defendido pelo novo presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda.

"Para fazer isso, entraremos em uma nova fase de relaxamento monetário tanto em termos de quantidade quanto de qualidade", afirmou o BoJ em um comunicado. O BoJ vai "dobrar a base monetária e os montantes de bônus do governo (JGBs) em circulação, bem como os fundos negociados em bolsa (ETF, na sigla em inglês), em dois anos e vai mais do que dobrar o vencimento médio remanescente das compras de bônus do governo".

Até agora o BoJ vinha usando a taxa de juros dos empréstimos overnight como o principal guia desde que encerrou a primeira rodada de relaxamento monetário, em março de 2006. A taxa vem sendo mantida entre 0,0% e 0,1% desde outubro de 2010, quando foi reduzida de 0,1%. Agora o banco central japonês vai realizar operações no mercado monetário para que "a base monetária aumente a um ritmo anual de cerca de 60 trilhões de ienes a 70 trilhões de ienes".

O BoJ vai aumentar as compras de bônus do governo do Japão com a intenção de ampliar o montante em circulação a um ritmo anual de cerca de 50 trilhões de ienes. No comunicado divulgado após a reunião, o banco central disse que comprará cerca de 7,5 trilhões de ienes em JGBs por mês, acima da previsão dos economistas de algo entre 5 trilhões de ienes e 6 trilhões de ienes, e realizará leilões "seis vezes por mês, em princípio". No restante deste mês o montante comprado somará 6,2 trilhões de ienes em cinco leilões.

Os títulos do governo a serem comprados no novo programa incluirão papéis de dois, cinco, dez, 20, 30 e 40 anos, bem como aqueles com taxa flutuante e os que são indexados à inflação. O montante comprado mensalmente será de 220 bilhões de ienes em bônus com vencimento de até um ano, 3,0 trilhões de ienes em bônus com vencimento entre um e cinco anos, 3,4 trilhões de ienes em bônus com vencimento entre cinco e dez anos, 800 bilhões de ienes em bônus com vencimento acima de 10 anos, 140 bilhões de ienes em bônus com taxa flutuante e 20 bilhões de ienes em bônus indexados à inflação.

Como resultado, o BoJ espera que o saldo de JGBs em circulação aumente para 140 trilhões de ienes no fim deste ano e 190 trilhões de ienes no fim de 2014, de 89 trilhões de ienes no fim de 2012. A outra decisão tomada pelo BoJ, de aumentar as compras de ativos de maior risco, prevê um aumento no saldo de ETFs para 2,5 trilhões de ienes no fim deste ano e 3,5 trilhões de ienes no fim de 2014, de 1,5 trilhão de ienes no fim do ano passado.

Agora que formalmente adotou um "relaxamento monetário quantitativo e qualitativo", o BoJ está encerrando o Programa de Compra de Ativos que criou em outubro de 2010 como uma ferramenta temporária para melhorar os efeitos do relaxamento. As informações são da Market News International.
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