Em palestra em São Paulo, o diretor de Estudos Econômicos do banco Bradesco, Octavio de Barros, afirmou que a previsão é que o Copom realize mais duas altas na Selic de 0,5 ponto porcentual e talvez um terceiro aumento, que pode ser de 0,50 ou 0,25 ponto porcentual. "A Selic pode ir além de dois aumentos sim. Por enquanto, mantemos esse cenário (de duas altas)", comentou Barros, no XI Encontro Nacional da Comunidade SCA. "O cenário ainda sugere que conseguiremos ficar em um dígito de taxa de juros", completou.
O economista reiterou a alteração na previsão para o IPCA de 2013, com base no novo cenário de câmbio em torno de R$ 2,30 e R$ 2,35 e reforçou a previsão de PIB de 2,3% no ano.
Barros comentou que os investidores de portfólio "têm uma baixa tolerância com o Brasil" no que tange a desvios de conduta macroeconômica, por conta do histórico do País. "O passado condena o Brasil. A intolerância com o Brasil é maior do que com outros emergentes." Ele afirmou que, quando o investidor percebe que a taxa de câmbio está depreciada, vê um sinal de que "tem problema".
"A ideia de reverter a situação com paulada de juros me parece ingênua. Não vai ser um aumento forte de juros que vai interromper a depreciação do real", disse Barros em sua palestra. Ele afirmou que acredita que a percepção de que não é hora de choque de juros vai se confirmar. "Um movimento abrupto de juros poderia causar ainda mais pânico no mercado. É hora de serenidade, turbulências passam", completou.
O Bradesco projeta que a Selic termine tanto 2013 como 2014 entre 9,5% e 10,5%. O fim do ciclo de altas deve acontecer ou em outubro deste ano ou em fevereiro de 2014, segundo o economista.
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