Brasil cobra da Argentina normalização das exportações

Agencia Estado
08/11/2012 às 21:24.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:02
 (Valter Campanato/ABr)

(Valter Campanato/ABr)

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, cobrou do secretário de Comércio Interior argentino Guillermo Moreno a normalização do fluxo comercial entre os dois países. Os secretários se encontraram nesta quinta-feira em São Paulo, no escritório do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"É necessário levar em consideração os efeitos da crise econômica internacional, que provoca uma redução da demanda, mas, ainda assim, setores exportadores brasileiros se queixam de dificuldades operacionais injustificadas para realizar suas vendas para a Argentina", disse Tatiana, em nota publicada no site do ministério.

De janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras para o país vizinho caíram 19,4% em relação ao mesmo período de 2011, aponta levantamento do MDIC feito com dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (INDEC). Na mesma comparação, as vendas dos demais mercados que exportam para a Argentina caíram 3,4%.

A secretária do MDIC avaliou ainda que o comércio entre os países melhorou depois da reunião de Cúpula do Mercosul, realizada no fim de junho em Mendonza, Argentina. Apesar disso, obstáculos às vendas do Brasil contribuíram para a perda de participação de mercado de 3,6% comparando os nove primeiros meses de 2012 com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do ministério.

"Não é razoável esta perda de mercado quando ela está relacionada a dificuldades operacionais impostas aos exportadores brasileiros sem motivo e sem justificativa plausível", disse Tatiana.

Os setores mais prejudicados com essa perda de mercado, segundo o INDEC, são: linha branca (-10,8%), têxteis e confecções (-7,1%), móveis (-4,7%), máquinas agrícolas (-4%) e autopeças (-2,9%). Os que ganharam participação no mercado argentino, em compensação, foram: pneus (2,1%), calçados (1,4%) e carne suína in natura (0,7%)

Na avaliação da secretária, mesmo diante das dificuldades apresentadas, é preciso considerar que, em 2012, o volume das exportações brasileiras para a Argentina é o segundo melhor da série histórica do comércio exterior, atrás apenas de 2011, ano em que as vendas brasileiras apresentaram resultados recordes.
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