Brasil e Uruguai fecharam um novo acordo automotivo provisório para permitir um maior comércio de veículos e autopeças entre os dois países. O entendimento valerá até o fim do ano, quando os dois países esperam firmar um acordo permanente.
Até agora, o acordado era que o Brasil só poderia vender ao Uruguai, sem pagar imposto de importação, uma cota de 8.500 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças em um ano, que valeria entre junho de 2015 e julho de 2016. Com o novo acordo, a cota mais que dobra: valerá para este semestre (julho a dezembro de 2015) e passará a ser de 10.056 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, comemorou o acordo provisório e disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que as perspectivas para o entendimento definitivo são excelentes. "Vamos buscar um acordo permanente para a ampliação do acesso de produtos brasileiros ao mercado uruguaio e do comercio bilateral entre os países", completou.
Cronograma
Foi estabelecido ainda um cronograma de negociações com quatro reuniões até o fim do ano para chegar a um acordo permanente. De acordo com fontes ouvidas pela Broadcast, o Brasil quer que a cota anual seja superior a 20 mil veículos, o que representaria quase metade do mercado uruguaio.
Pelo lado do Uruguai, que quer alavancar as exportações ao Brasil de autopeças, a principal reivindicação é flexibilizar a cota de nacionalização dos produtos vendidos. A exigência hoje é de que o bem exportado pelos uruguaios tenha pelo menos 50% de conteúdo local, mas eles tentam reduzir esse porcentual.
Atualmente, os veículos brasileiros ocupam 21% do mercado uruguaio, que tem ainda a China com 28%, Índia com 14% e México e Coreia do Sul com 11% cada. Em 2006, a participação dos carros brasileiros era de 60%.
Nas próximas semanas, o Brasil deverá anunciar ainda um acordo automotivo para a Colômbia, como antecipou o Broadcast. O anúncio estava previsto para a semana passada, mas foi adiado por questões de agenda entre os ministros dos dois países. Deverá ser criada uma cota para a exportação de 12 mil a 13 mil veículos por ano sem o pagamento de imposto de importação.
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