O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, avaliou que o Brasil ainda enfrenta problema estrutural em termos de perfil de crédito, com prazo e condições adequadas para as micro e pequenas empresas (PMEs). Outro problema, segundo ele, é em relação ao suporte do mercado de capitais para essas companhias. Ele ponderou, contudo, que vê com otimismo a perspectiva para um suporte maior nesse mercado.
"A pequena empresa é essencial para o futuro de uma sociedade como a brasileira, por várias razões", afirmou durante painel "O motor da mudança: criando um ambiente de negócios que multiplica empreendedores" na 13ª edição do CEO Summit São Paulo, nesta quinta-feira, 13. Ele destacou que atualmente já existem aproximadamente 4,5 milhões de micro e pequenas empresas, "um número expressivo", que representa mais de 90% da ocupação e do emprego no País.
De acordo com ele, a geração de emprego formal é desafio de qualquer sociedade e "não haverá resposta para isso sem desenvolvimento de pequenas empresas, que possam se tornar médias, gerando valor e ocupação econômica de alta qualidade". Coutinho disse vê grandes desafios para o desenvolvimento das PMEs. O primeiro "é uma pergunta ainda não respondida em relação ao crédito". "Ainda temos problema estrutural no Brasil em termos de perfil de crédito, com prazo e condições adequadas".
O segundo desafio, acrescentou, é aumentar o suporte do mercado de capitais para essas companhias. "Na fase inicial, o empreendedorismo é intrinsecamente de alto risco e ferramenta adequada ao nascimento e proliferação são instrumentos de equity, de capitalização", afirmou. Ele disse ver essa perspectiva com otimismo, pois, olhando o passado recente, tem assistido multiplicação de fundos e investidores anjo. "Ainda é pouco, mas Brasil tem propensão grande ao empreendedorismo", disse.
Coutinho afirmou ainda que é preciso um esforço de simplificação e desburocratização do Brasil, "principalmente no tocante a micro e pequena empresa". O presidente do BNDES afirmou que governos anteriores não trabalharam para melhorar isso. "Acho que Brasil ficou atrás de outros países nesse sentido", afirmou. Em sua fala, ele citou como um dos pontos positivos a qualidade da banda larga no País.
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